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Buscas a PSD? "Se há práticas iguais noutros partidos, investiga-se tudo"

Luís Marques Mendes exemplificou, até, recorrendo a um caso que remonta "há 25 anos": o das "viagens fantasma", que "envolvia também vários partidos e foi tudo investigado".

Buscas a PSD? "Se há práticas iguais noutros partidos, investiga-se tudo"
Notícias ao Minuto

22:54 - 16/07/23 por Notícias ao Minuto

Política Luís Marques Mendes

O comentador da SIC, Luís Marques Mendes, reagiu este domingo, no seu habitual espaço de comentário no 'Jornal da Noite', às buscas que visaram sedes e antigos dirigentes do PSD. "Se há práticas iguais noutros partidos, então investiga-se tudo", considerou.

Argumentando que houve uma "certa precipitação do Ministério Público (MP) neste processo", o ex-dirigente social-democrata destacou ainda a "tentação, pelo menos da parte de alguns, de querer aproveitar estas críticas ao MP para interferir na investigação".

Sobre a tal "precipitação do MP" que disse existir no âmbito do caso, elaborou: "Desde logo, porque isto resultou de uma queixa ao PSD. Mas, ao mesmo tempo, outros partidos confirmaram que isto é uma prática generalizada aos outros partidos. Sendo assim, havendo uma queixa ao PSD, mandava o bom-senso fazer uma investigação mais alargada, transversal até. Se há práticas iguais noutros partidos, então investiga-se tudo. Ou seja, para situações iguais, deve haver um tratamento igual". 

Luís Marques Mendes exemplificou, até, recorrendo a um caso que remonta "há 25 anos": o das "viagens fantasma", que “envolvia também vários partidos e foi tudo investigado".

Na ótica do comentador, outra questão que merece ser analisada tem a ver com "dinheiros públicos". E elaborou: "É que este caso, ao contrário do que acontecia há 25 anos nas ‘viagens fantasma’ dos deputados, aqui não há qualquer abuso de dinheiros públicos. Ou seja, ter mais assessores ou menos, eles estarem sentados no partido ou no grupo parlamentar, trabalharem mais para os deputados ou para os dirigentes do partido, o dinheiro do Estado é sempre o mesmo. O Estado não gasta, ou não poupa mais, por a realidade ser uma, ou a outra. Não há aqui qualquer lesão do interesse público".

Luís Marques Mendes teceu ainda mais algumas considerações sobre as lógicas partidárias, apontando que "quando se está nos partidos e, sobretudo, na oposição, claro que é preciso assessores qualificados". E exemplificou, sustentando a necessidade de usar fundos públicos para pagar salários destes funcionários: "Se um líder quer fazer uma proposta na Educação, tem de ter um assessor na Educação".

E recordou, até, que "há um 'bolo' no Orçamento do Estado que vai para os partidos”, fazendo com que, na verdade, "todos" os assessores dos vários partidos sejam "pagos por dinheiros públicos". Disse ainda, concluindo, que tal "não está minimamente proibido na lei e é importante que assim seja".

Questionado ainda sobre se a lei de financiamento dos partidos políticos precisa de ser clarificada, o ex-líder dos sociais-democratas referiu não partilhar dessa opinião.

Buscas a Rui Rio? "É mesmo um abuso"

Luís Marques Mendes ecoou ainda a posição do também antigo presidente do PSD, Rui Rio - que foi alvo de buscas no âmbito da referida investigação -, dizendo que tal parece ter sido feito "mesmo só para afetar a imagem de uma pessoa". E acrescentou: "O que o MP quis com isto? Dar espetáculo, ser o grande protagonista, fazer prova de vida".

Na perspetiva do comentador, as buscas conduzidas "na casa de várias pessoas" relacionadas com o PSD foram "mesmo um abuso". E deu mais um exemplo: "Se o MP quer investigar, que investigue. Agora, querem o relatório da Deloitte que permitiu esta reestruturação toda? Ou as atas das deliberações que foram tomadas? Vão à sede do partido, não precisam de ir à casa de Rui Rio". 

Importa lembrar que o ex-líder do PSD, Rui Rio, foi alvo de buscas no âmbito de uma operação da Polícia Judiciária (PJ), que também visou sedes do principal partido da oposição.

Em causa estava uma iniciativa das autoridades que pretendia averiguar a alegada utilização de verbas do Parlamento, destinadas ao pagamento de assessores parlamentares, para pagar a funcionários do partido, entre 2018 e 2022. Em cima da mesa estão suspeitas dos crimes de peculato e abuso de poderes.

A investigação levou Rui Rio, na noite de sexta-feira, em entrevista à SIC, a dar algumas explicações sobre o caso - e a dar a garantia de que não cometeu qualquer ilegalidade.

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