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Relatório da CPI "ultrapassa marcas de decência e isenção"

No seu espaço de comentário, Marques Mendes fez duras críticas à deputada Ana Paula Bernardo e ao relatório preliminar, acusando-o de ser um exemplo de "sectarismo".

Relatório da CPI "ultrapassa marcas de decência e isenção"
Notícias ao Minuto

08:39 - 10/07/23 por Notícias ao Minuto

Política Luís Marques Mendes

O relatório preliminar da Comissão de Inquérito à TAP continua a ser alvo de críticas em toda a esfera política nacional e Luís Marques Mendes juntou-se ao coro, considerando que o documento é "o máximo do sectarismo e da falta de isenção".

No seu habitual espaço de comentário na SIC, no domingo à noite, o antigo presidente do PSD considerou que o relatório é muito enviesado e favorável ao Governo, além de desresponsabilizar os membros e ex-membros do executivo sobre a polémica indemnização a Alexandra Reis, descrições que a oposição, da esquerda à direita, já tinha feito.

"Sempre que há comissões parlamentares de inquérito, os deputados das maiorias tentam sempre o mais possível ajudar os Governos, não responsabilizar os Governos, e o PSD no passado também já fez isso, para sermos francos e honestos. O que há de diferente desta vez? Ultrapassaram-se todas as marcas da decência e da isenção. Este relatório, apresentado pela deputada Ana Paula Bernardo, é o máximo do sectarismo e da falta de isenção", afirmou Marques Mendes.

O ex-líder social-democrata deu como exemplo os casos particulares de Pedro Nuno Santos e João Galamba, o antigo e o atual ministro das Infraestruturas. Sobre o primeiro, que se demitiu após assumir a culpa pela indemnização de 500 mil euros à antiga administradora, o comentador explicou que "a culpa é só atribuída à ex-CEO da TAP [Christine Ourmières-Widener], que já foi embora, o ministro é ilibado e o governo não tem responsabilidade".

"O ministro e o secretário de Estado até se demitiram, assumindo a culpa. Só falta mesmo esta senhora relatora atribuir um voto de louvor, atribuir uma menção honrosa, fazer uma homenagem!", ironizou.

Já sobre o caso das alegadas agressões no Ministério das Infraestruturas, que envolveram o antigo assessor de Galamba, Frederico Pinheiro, e o portátil que criou o capítulo sobre a atuação do Sistema de Informações e Segurança (SIS), Luís Marques Mendes acusa a relatora de omitir completamente o episódio que chocou a política nacional, e de não escrever "nem uma palavra sobre o assunto". "A senhora relatora entendeu ilibar o ministro, disse que assunto não faz parte do âmbito da CPI. Não é verdade, porque se não estivesse, não tinham sido feitas as audições, e foram feitas com concordância de toda a gente. Isto é tentar reescrever e branquear a situação".

Para Marques Mendes, ficou claro que "os portugueses assistiram às audições e depois as conclusões são de outro filme", comparando a situação com "aqueles jogos de futebol e o treinador que perdeu chega à conferência de imprensa e fala de outro jogo que ninguém viu".

Raspanete de Lacerda Sales a Adão e Silva foi "correto"

Apesar de todas as críticas aos deputados socialistas, em particular a Ana Paula Bernardo, o social-democrata não deixou de elogiar o Partido Socialista e, em particular, os dois deputados que presidiram à comissão parlamentar de inquérito: Jorge Seguro Sanches e António Lacerda Sales.

Luís Marques Mendes salientou que "um e outro tiveram um grande trabalho de dignidade e de grande isenção, mas Lacerda Sales, que teve de presidir às audições mais críticas e mais sensíveis, foi de uma dignidade, de uma seriedade, de uma independência que não é normal em qualquer deputado".

A troca de galhardetes entre Lacerda Sales e o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, não passou em branco, depois do ministro ter criticado a comissão de inquérito e a "degradação do ambiente político" que dela surgiu. "A transformação das inquirições em noites sem paragem, em saber se se falou ao telefone às 10 horas ou às 10h05, se foi antes ou depois, em que os deputados são uma espécie de procuradores do cinema americano de série B da década de 80 e que depois tudo isto é prolongado naquele género de comentário, como se comenta os 'reality shows', nos canais noticiosos à noite, se isso não contribui igualmente para a degradação da imagem das instituições e da democracia. A minha resposta é que contribui", disse o ministro, em entrevista à TSF e Jornal de Notícias.

Lacerda Sales repudiou as declarações e, também à TSF, pediu que Adão e Silva se retratasse.

O comentador elogiou a reação do deputado socialista, declarando que a crítica ao ministro foi "justa e correta" e que "o raspanete que Lacerda Sales deu é de uma frontalidade e de uma coragem que não é normal". "Ainda há pessoas no PS que têm comportamentos certos", afirmou.

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