O líder do Chega, André Ventura, considerou esta sexta-feira que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, "dá ideia de um homem amarrado aos interesses habituais", após ter afirmado que a "revisão constitucional não é uma prioridade do Governo".
"Lamento muito as declarações do primeiro-ministro na noite passada. Tive uma grande desilusão, mais uma vez, embora só nos desilude quem nós deixamos. À medida que o tempo vai avançando, a desilusão é menor porque já não há grande expectativa sobre a pessoa", elucidou, em declarações aos jornalistas, à margem do 20.º Conselho Nacional do Chega, na Moita.
E acrescentou: "Neste momento, já não há grande expectativa sobre este primeiro-ministro."
André Ventura considerou que o facto de Luís Montenegro ter afirmado que a revisão constitucional "não é uma prioridade" do Governo "dá ideia de um homem - e de um partido - amarrado aos interesses habituais da nossa República" e "sequestrado pelos interesses dominantes e com medo de fazer reformas".
"Não é um bom sinal para o que aí vem", garantiu, defendendo que o Chega irá manter-se "firme" e lutar pela revisão constitucional.
Após ter sido indigitado primeiro-ministro, na noite de quinta-feira, Luís Montenegro disse que a revisão constitucional "não é uma prioridade" e indicou não estar disponível para discutir alterações nesta fase, admitindo fazê-lo "lá mais para a frente".
Há cerca de uma semana, a Iniciativa Liberal (IL) anunciou que irá avançar com um projeto de revisão constitucional - o que desencadeará automaticamente um processo de revisão -, ideia apoiada pelo Chega, que desafiou os líderes do PSD e dos liberais a um entendimento prévio nesta matéria, ainda sem resposta pública.
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