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'Secretas'. PS recusa avanço do procedimento para demissão do CFSIRP

O PS rejeitou hoje o requerimento da IL para a nomeação do relator de um parecer para dar seguimento ao processo de demissão do Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (CFSIRP).

'Secretas'. PS recusa avanço do procedimento para demissão do CFSIRP
Notícias ao Minuto

15:06 - 05/07/23 por Lusa

Política Secretas

A IL tinha solicitado na semana passada à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias a nomeação do relator para elaborar o parecer sobre se os membros do Conselho de Fiscalização das "secretas" devem ser demitidos, na sequência da sua audição no parlamento.

Esse requerimento foi rejeitado hoje com o voto contra do PS, a abstenção do PCP e o voto favorável de PSD e IL.

Esta proposta surgiu depois de um debate, na reunião da comissão da última quarta-feira, sobre se o processo para a demissão do CFSIRP já estaria ou não iniciado com a aprovação de um outro requerimento dos liberais e sequente audição dos membros do CFSIRP.

Nesse dia, PSD e IL defenderam que o processo já tinha sido iniciado, por terem sido seguidos os passos previstos na lei, faltando a designação de um relator para elaborar o parecer, enquanto PS e Chega consideraram que não.

A lei-quadro do SIRP, de 1984, estabelece que compete "à Assembleia da República verificar os impedimentos, bem como decidir a demissão, após parecer emitido pela comissão competente para os assuntos constitucionais, direitos, liberdades e garantias na sequência de audição do membro, por maioria de dois terços dos deputados presentes, não inferior à maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções".

Esta discussão continuou hoje, tendo o presidente da 1.ª comissão, Fernando Negrão, assinalado que "o processo estava fechado e o requerimento apresentado agora pela IL é que o reabriu", sustentando que após a audição dos três membros do CFSIRP, seguia-se uma avaliação se deveria ou não "ser nomeado relator para que sejam mudados os elementos do Conselho de Fiscalização".

"Olhei bem para a senhora deputada e perguntei-lhe se ficava por ali o processo ou se não ficava, e a resposta foi que ainda não estava esclarecida e o facto de não estar esclarecida levou a deduzir que ou não apresentaria, ou não apresentaria ainda o pedido de nomeação de relator", acrescentou o social-democrata, lembrando igualmente que na semana passada foi rejeitado um outro requerimento do Chega para que fosse iniciado o processo de destituição do CFSIRP.

Na resposta, a deputada Patrícia Gilvaz disse que a IL deu indicação que não tinha ficado esclarecida e que o processo de demissão "devia continuar", com a nomeação do relator para elaborar o parecer que seria depois votado.

"Nunca o senhor presidente perguntou se a IL queria terminar por ali o processo", alegou, considerando que Fernando Negrão "devia ter deixado bem claro qual o processo a seguir", uma vez que não tem precedente e "não está escrito em lado nenhum, de forma clara".

O presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias salientou, de seguida, que a deputada "tem obrigação de conhecer a lei, de fazer a sua interpretação", salientando não ser sua obrigação "ensinar os senhores deputados a fazer interpretações" da legislação.

O deputado Pedro Anastácio, do PS, reiterou que "em momento algum o PS considerou que esse procedimento tenha sido iniciado" e o seu entendimento é que a audição que aconteceu "era uma audição prévia para despoletar" o procedimento de eventual demissão, defendendo que cabia à IL "clarificar ao certo qual o intuito do seu requerimento".

Pelo PSD, a deputada Mónica Quintela assinalou o que considerou ser a diferença entre os dois requerimentos, afirmando que o do Chega "era para que se iniciasse o procedimento", enquanto o da IL tinha como objetivo dar "continuidade ao que estava" iniciado.

Leia Também: IL vai requerer parecer sobre eventual demissão nas 'secretas'

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