Marisa Matias pede a BE que "levante a cabeça" e faça campanha com empatia

 A cabeça de lista do BE pelo Porto, Marisa Matias, apelou hoje aos bloquistas que "levantem a cabeça" na semana final da campanha para as legislativas antecipadas, afirmando que, "aos ataques crescentes a quem tem menos", o partido responde "com empatia".

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Lusa
10/05/2025 18:56 ‧ há 3 horas por Lusa

Política

Legislativas

"Camaradas, falta ainda uma semana. Levantemos a cabeça e façamos o que há para fazer com muita força, mas também com toda a ternura que puderem. Cada uma e cada um de vós, cada uma e cada um de nós", apelou a deputada, numa intervenção na Associação de Moradores da Bouça, no distrito do Porto.

 

Marisa Matias considerou que o país vive "um momento de urgência", no qual todos são precisos para travar uma "luta difícil" contra as desigualdades ainda existentes, e salientou que a solução para os problemas do país "não está no ódio, na divisão, na agressão, ou no ataque aos mais pobres".

A vida das pessoas "não está mais difícil" porque "há pessoas no nosso país que constroem as nossas casas, que estão a produzir os nossos alimentos, que vão pescar o peixe que comemos, que cuidam dos nossos idosos e não falam português", salientou a candidata, numa tentativa de contrariar o discurso anti-imigração.

A antiga candidata à Presidência da República, em 2016 e 2021, continuou, afirmando que a vida das pessoas "não está mais difícil porque há pessoas trans que querem ir a uma determinada casa de banho, nem porque há pessoas que se identificam com um pronome diferente" ou porque "há pessoas com cabelo cor-de-rosa ou roxo ou que vestem rendas ou transparências com a total liberdade que toda a gente devia ter".

"A nossa vida está mais difícil porque essa dificuldade crescente serve os interesses de quem mais tem", criticou.

"Aos ataques crescentes a quem tem menos, respondemos todos e todas daqui com empatia. Ao ódio aos imigrantes, às pessoas LGBTI, às pessoas com deficiência, às pessoas racializadas e cada vez mais às mulheres livres, respondemos com solidariedade e de cravo na mão. A todas e a todos. Respondemos com direitos. Respondemos com o futuro. Respondemos com uma vida melhor", sublinhou.

O início da intervenção da antiga eurodeputada foi marcado pelo alerta para a situação na Faixa de Gaza, com Marisa Matias a salientar que Israel "continua a ter a cobertura de tantos governos, incluindo o português".

"Um dia haverá uma investigação sobre o papel dos governos europeus sobre este genocídio, mas nesse dia estará gravado quem nunca se calou. Sim, Palestina vencerá, mais cedo ou mais tarde, Palestina vencerá", frisou.

O BE inaugurou hoje um novo tipo de ação de campanha, uma espécie de comício em formato de festa cultural, que vai repetir em Lisboa, no domingo. Na associação de moradores da Bouça, no Porto, foram montadas várias bancas com comida, arte e jogos tradicionais.

Em dia de dérbi que pode decidir o vencedor do campeonato nacional de futebol, entre Benfica e Sporting, não faltou uma televisão para ver o jogo, no café ao lado daquele espaço, onde Mariana Mortágua se juntou.

Momentos antes das intervenções, a antiga coordenadora nacional do BE e eurodeputada, Catarina Martins, alertou para as dificuldades da Cultura no país e pediu mais investimento. A bloquista usava o lenço alusivo à causa palestiniana, um Keffiyeh, alertando também para a situação na Faixa de Gaza.

Nesta ação estiveram vários nomes fortes do BE, desde o fundador Francisco Louçã, que é também candidato nestas legislativas por Braga, e os antigos deputados José Manuel Pureza, Moisés Ferreira e Filipe Pedro Soares, que foi também líder parlamentar.

Nas últimas eleições legislativas, em março do ano passado, o BE elegeu cinco deputados, dois pelo Porto: Marisa Matias e José Soeiro. Desta vez, Marisa Matias volta a encabeçar a lista pelo distrito, seguida de Adriano Campos em segundo e Isabel Pires em terceiro. O BE elegeu pela primeira vez pelo Porto em 2002, três anos depois da sua fundação.

[Notícia atualizada às 19h09]

Leia Também: Pedro Nuno garante "pugnar pela transparência no tema das barragens"

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