De acordo com fonte oficial do PSD, a presença de Montenegro, que não é deputado, insere-se no âmbito dos contactos regulares com a bancada.
A última vez que Luís Montenegro participou numa reunião do grupo parlamentar do PSD foi em 03 de janeiro, e anunciou que o partido se iria abster na votação da moção de censura da Iniciativa Liberal ao Governo, depois de a Comissão Politica Nacional do partido ter debatido o mesmo tema.
Perante os deputados, o presidente do PSD justificou este sentido de voto, dizendo que votar a favor seria "pretender derrubar o governo, abrir uma crise política e consequentemente pedir eleições".
Na altura, o líder do PSD salientou que esta decisão teve "o apoio esmagador" quer da Comissão Política Nacional quer da bancada social-democrata.
"Não houve nenhum deputado que se tivesse expressado em sentido contrário, todos os que intervieram secundaram a posição do presidente do partido e outros, não intervindo, mostraram concordância por falta de intervenção em sentido contrário", disse então.
No entanto, algumas semanas mais tarde foi conhecida uma declaração de voto crítica (entregue poucos dias após o debate) dos deputados André Coelho Lima e Carlos Eduardo Reis, destacados apoiantes do ex-presidente Rui Rio.
No texto, os dois deputados -- que seguiram a disciplina de voto do partido - consideravam haver motivos para censurar o Governo e aprovar a moção da IL, defendendo que os tempos atuais "não toleram tibiezas" e "exigem a vocalização" da diferenciação do PSD, alertando para os riscos da "ausência de demarcação" com a abstenção.
Leia Também: Governo corre risco de ser o "mais comunista que houve em Portugal"