O ex-deputado do Partido Social Democrata (PSD) Miguel Morgado referiu, na sexta-feira, que espera que a polémica do discurso do presidente do Brasil no Parlamento - ideia que esteve em cima da mesa - esteja "encerrada de vez".
"Foi patética na sua origem e denunciou políticas que me parecem condenáveis", apontou, durante a sua intervenção no programa 'Linhas Vermelhas'.
Durante a sua intervenção no programa emitido pela SIC Notícias, o social-democrata acusou o Partido Socialista de "querer fazer" com Luiz Inácio Lula da Silva a importação de "uma sessão da política brasileira para a converter em mais um grande momento de combate ao fascismo em Portugal". "Não sei se com o intuito de o canonizar como santo padroeiro da Democracia", concluiu.
Sublinhe-se que a polémica envolve o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e, nas últimas horas, também o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que se terá 'esquecido' de levar o assunto a Conferência de Líderes, segundo o jornal Sol. O responsável, porém, negou essa acusação, esta sexta-feira, em sede de Parlamento.
Apesar de sublinhar que o chefe de Estado do Brasil tem de ser recebido "condignamente", Morgado defendeu que este não era "exemplo" no âmbito destas comemorações do 25 de Abril.
"Lula da Silva não é exemplo para a evocação do 25 de Abril, que marca o triunfo final na História depois de muitos séculos e muitas lutas em Portugal", rematou, detalhando que o responsável brasileiro não tinha "credenciais para dar lições no momento mais solene" da democracia portuguesa. Não esqueceu, no entanto, de acrescentar que Lula era o presidente "legítimo do Brasil".
O comentador frisou, durante a sua intervenção no programa televisivo que quer seja Lula da Silva, ou outro chefe de Estado brasileiro, "Portugal tem a obrigação de ter boas relações diplomáticas" com o país.
"Por causa das relações históricas, presentes e o facto de haver uma comunidade brasileira tão grande em Portugal e uma comunidade portuguesa no Brasil. Só esses factos exigem que as relações diplomáticas sejam estimadas por ambas a parte", rematou o doutorado em Ciências Políticas.
Ainda quanto à polémica sobre receber ou não o presidente do Brasil, Morgado foi muito claro. "Recusar recebê-lo é uma violação da tradição diplomática", apontou, defendendo ainda que são "obrigações que cabem aos governantes."
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