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Costa, o "mago da política na Europa" que governa melhor com alianças

Governo português está, segundo a publicação La Vanguardia, a "enfrentar a sua maior crise".

Costa, o "mago da política na Europa" que governa melhor com alianças
Notícias ao Minuto

12:54 - 03/01/23 por Notícias ao Minuto

Política Crise no Governo

O Governo português foi, esta terça-feira, mais um vez notícia em Espanha e não pelos melhores motivos.

Numa reportagem intitulada "crise no governo português devido a escândalos e problemas de gestão" (apesar da maioria absoluta), o jornal La Vanguardia faz um resumo das sucessivas polémicas em que esteve envolvido o Executivo de António Costa nas últimas semanas.

"O primeiro-ministro de Portugal, o socialista António Costa, um mago da política na Europa nas últimas décadas, é melhor em governos minoritários ou alianças parlamentares do que com maioria absoluta como a atual, que o sufoca", começa por escrever o jornalista Anxo Lugilde, antes de descrever os sucessivos acontecimentos que originaram a "crise" no Governo.

"Na quinta-feira, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, considerado o seu sucessor, demitiu-se. Em agosto, a até então emergente ministra da Saúde, Marta Temido, caiu, e o ministro das Finanças, Fernando Medina, está tremido. Desde março, nove secretários de estado renunciaram ou foram demitidos, um deles vinculado ao primeiro-ministro", lê-se no texto publicado no site do La Vanguardia.

Todas essas baixas, sublinha o jornalista, "geraram uma sensação de crise que domina o cenário político" português, numa altura que faltam cerca de três semanas semanas para o primeiro aniversário das eleições que deram maioria absoluta ao PS, a 30 de janeiro de 2022.

Recorda Anxo Lugilde que as 11 demissões que atual Executivo sofreu em menos de um ano "são um recorde", sem comparação com os outros dois governos de Costa ou com o de maiorias absolutas anteriores.

Sobre a última "crise", a de dezembro, o jornalista lembra que teve como "protagonista" a secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, que recebeu uma indemnização de meio milhão de euros para deixar de ser administradora da TAP, "agora novamente pública".

Apesar da pasta do Tesouro pertencer ao Ministério das Finanças, o "escândalo foi rapidamente transferido" para o Ministério das Infraestruturas, "que exerce o papel de guardião da TAP". Primeiro, derrubou o secretário de Estado Hugo Santos Mendes, depois fez cair "o seu patrão", Pedro Nuno Santos.

Contudo, lembra o La Vanguardia, esta não era a primeira vez que Pedro Nuno Santos entrava em choque com o restante Executivo. No verão passado, no âmbito da "eterna telenovela sobre o futuro do aeroporto de Lisboa", refere Anxo Lugilde, António Costa "desautorizou o seu ministro" e anulou o despacho para o novo aeroporto Montijo-Alcochete.

O Vanguardia relembra ainda outras polémicas ligadas ao Executivo de António Costa, como a "deterioração" do Serviço Nacional de Saúde (SNS), principalmente do serviço de obstetrícia, e o caso do antigo vice-secretário de Estado, Miguel Alves, acusado de prevaricação durante a sua gestão como autarca em Caminha.

Apesar desta sucessão de acontecimentos, o La Vanguardia considera que o Governo de Costa "não está na corda bamba", está apenas a "enfrentar a sua maior crise desde que esse habilidoso líder socialista chegou ao poder quando já era dada como certa a sua saída".

Leia Também: 2022/Junho. A decisão sobre aeroporto que levantou hipótese de demissão

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