Direitos humanos? Sousa Real pede "cartão vermelho" a países como o Qatar

Inês de Sousa Real aludiu ao Artigo 4 da Declaração Universal dos Direitos Humanos numa série de publicações no Twitter.

Inês Sousa Real

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Ema Gil Pires
24/11/2022 23:21 ‧ 24/11/2022 por Ema Gil Pires

Política

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A líder do PAN (Pessoas-Animais-Natureza), Inês de Sousa Real, considerou, esta quinta-feira, que o "entusiasmo dos jogos não pode fazer com que se esqueça a constante violação aos direitos humanos que se vive no Qatar", onde está a decorrer, desde domingo, o Campeonato do Mundo de Futebol.

Sobre esta tema, e numa série de publicações na rede social Twitter, a dirigente do partido ecologista deixou uma questão: "De que serve criticarmos as violações aos direitos humanos, se depois, quando existe a oportunidade, não se mostra um cartão vermelho a estes países?"

Considerando a situação vivida no país anfitrião do Mundial'2022, onde têm vindo a ser reportados vários casos de violações dos direitos humanos, nomeadamente para com os migrantes que estiveram envolvidos nas infraestruturas necessárias para realizar a competição, Sousa Real defendeu que a "camisola que desde o primeiro momento deveria ter 'estado em campo'” é a ilustrada nas publicações que se seguem. 

Nela, podemos ver a deputada única do referido partido, vestida com uma camisola onde se pode ler "Article 4" [Artigo 4], numa clara referência ao Artigo 4 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz o seguinte: "Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato de escravos, sob todas as formas, são proibidos".

Fazendo ainda uma breve alusão à vitória desta quinta-feira da equipa das quinas face à seleção ganesa, por 3-2, no primeiro embate da fase de grupos do Campeonato do Mundo de Futebol, Inês de Sousa Real acrescentou: "Estamos com a nossa seleção, que hoje ganhou o seu primeiro jogo, e estamos, e estaremos sempre, ao lado dos direitos humanos".

Estas declarações surgem depois de terem sido já amplamente noticiadas várias polémicas referentes à escolha do país anfitrião desta conceituada prova do futebol internacional.

De recordar que, em fevereiro do ano passado, o jornal britânico The Guardian noticiou que mais de 6.500 trabalhadores migrantes perderam a vida, desde 2010, na construção das infraestruturas necessárias para levar a cabo o Mundial de futebol em território qatari. Mas, segundo as estimativas da mesma fonte, os números deverão ser bem mais elevados, devidos às condições de trabalho altamente precárias a que estes indivíduos estavam sujeitos.

Sobre aquele que se apresenta já como o Campeonato do Mundo mais contestado na História do futebol recaíram, também, suspeitas de favorecimento da candidatura apresentada pelo Qatar para receber o evento em 2022 - a qual acabaria por ser a grande vencedora.

Começariam, imediatamente, a surgir acusações de alegadas irregularidades e de compra de votos - sendo que investigações e denúncias que viriam depois a surgir indiciam que a escolha não esteve isenta de procedimentos corruptos e de subornos a favor do abastado país árabe.

Também a proibição de levar a cabo demonstrações de apoio à comunidade LGBT no Qatar, onde a homossexualidade é crime, tem aumentando o tom da contestação e, inclusive, levado a iniciativas de protesto tanto da parte de alguns atletas, como de governantes estrangeiros.

Apesar de tudo isto, a verdade é que o Mundial de 2022 já se encontra a decorrer, desde domingo, no Qatar, e assim continuará, até à final de dia 18 de dezembro.

Leia Também: Mundial'2022? "Manchas de sangue nunca poderão ser ignoradas"

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