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PS diz que Portugal caminha "para uma mudança de padrão" na Economia

O deputado socialista Carlos Pereira defendeu hoje que Portugal está "a caminhar para uma mudança de padrão" na economia, colocando a procura externa "no centro das preocupações", tendo o PSD acusado os socialistas de "empobrecerem alegremente" o país.

PS diz que Portugal caminha "para uma mudança de padrão" na Economia
Notícias ao Minuto

18:00 - 02/06/22 por Lusa

Política Carlos Pereira

No período de declaração políticas da sessão plenária da Assembleia da República, Carlos Pereira salientou que "desde que o Instituto Nacional de Estatística publica dados das contas nacionais, nunca a economia tinha crescido tanto como no primeiro trimestre deste ano, superando o crescimento de todos os países da União Europeia (UE)".

O parlamentar socialista salientou ainda que "se, em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) português atingiu o maior nível desde 1990, os resultados deste trimestre e a previsão da primavera da Comissão Europeia permitem antever um novo recorde em torno dos 5,8% para 2022, a melhor previsão de toda a União Europeia (UE)".

"Já não restam muitas dúvidas de que um dos aspetos mais visíveis desta recuperação está no contributo das exportações e do investimento e, em particular, do investimento direto estrangeiro que, em 2021, verificou um novo máximo de 2,7 mil milhões de euros", frisou, perante os aplausos da bancada socialista.

Carlos Pereira considerou assim que Portugal está "a caminhar para uma mudança do padrão" da sua economia, "com o contributo da indústria, puxada pela inovação, que permite diversificar, acrescentar valor e aumentar o PIB pela procura externa e pelo investimento privado".

"Com o PS no Governo de Portugal, colocaremos a procura externa no centro das nossas preocupações, mas, tal como aconteceu este primeiro trimestre, os aumentos das importações traduzirão a satisfação das necessidades dos nossos cidadãos que, apesar da crise, não viram os seus rendimentos sonegados", salientou.

Nos pedidos de esclarecimento, o deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira considerou que "não há nenhum país na Europa a empobrecer mais alegremente do que Portugal" e afirmou que, "com o Governo socialista", o país vai de "vitória em vitória até à derrota e até à cauda da Europa".

"Estava ouvi-lo e estava a pensar: o que pensarão as nossas empresas exportadoras quando ouvem o Governo a glorificar o resultado do esforço deles para se manter à tona e conseguir promover exportações e continuar a crescer? Imagino o que pensarão", frisou.

Pela voz do seu líder, André Ventura, o Chega disse que, no último mês, "as importações em Portugal cresceram mais do dobro das exportações" e afirmou que Carlos Pereira deveria ter começado a sua intervenção ao dizer que "hoje Portugal importa mais do que exporta".

"Portugal tem hoje a nona carga fiscal mais alta da OCDE. Isso é tudo menos um país competitivo: é um país que esmaga as empresas, que esmaga as suas forças dinâmicas e que destrói aqueles pequenos, médios e grandes que querem investir em Portugal", acusou ainda.

O deputado da Iniciativa Liberal Carlos Guimarães Pinto criticou Carlos Pereira por estar a "festejar [o facto de] Portugal ter sido um dos últimos países da União Europeia a recuperar os níveis pré-pandemia", afirmando que "só o fez em 2022 quando grande parte dos países europeus já o tinha feito em 2021".

"Eu aproveito o facto de estar aqui muita juventude aqui nas galerias para relembrar uma imagem que circula muito pela Internet, de um participante que festeja de forma muito feliz uma conquista e, no final, a última imagem é ele ser o terceiro classificado. (...) Não é motivo para celebrarmos", considerou.

Na resposta às críticas dos partidos à sua direita, o deputado socialista afirmou designadamente que não compreende "o ódio que a Iniciativa Liberal" tem sobre "o sucesso da economia portuguesa e da 'performance' da economia portuguesa".

"É porque o senhor deputado não consegue encontrar um único argumento bom para aquilo que se passa na economia portuguesa", considerou.

Pelo PCP, a líder da bancada parlamentar, Paula Santos defendeu "a necessidade urgente de uma política de investimento na produção e no incentivo da produção nacional", considerando que a epidemia deixou "muito mais evidente" que Portugal tem uma "profunda dependência externa" relativamente a "um conjunto de bens".

Carlos Pereira respondeu à deputada comunista afirmando que o PS não irá abdicar "daquilo que é a importância da procura externa e do mercado externo", defendendo que isso é "absolutamente essencial para o crescimento da economia" e para a "sustentabilidade desse crescimento".

O deputado único do Livre, Rui Tavares, questionou o deputado sobre a posição do PS quanto ao Tratado da Carta da Energia, que disse ser um tratado que "amarra" Portugal "aos combustíveis fósseis da Europa do Leste e aos grandes conglomerados".

Na resposta ao Livre, Carlos Pereira afirmou que "parece evidente que Portugal é o país da Europa que todos reconhecem que não apadrinha o apoio e o investimento em combustíveis fósseis".

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