Ventura afirma que "toda a gente quer ser inimigo" do Chega
O presidente do Chega, André Ventura, afirmou hoje que "toda a gente quer ser inimigo" do partido de extrema-direita, num discurso inflamado em Beja, onde houve referências a José Sócrates e a Armando Vara.
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"De mim, toda a gente quer ser inimigo, do Chega toda a gente quer ser inimigo", apontou André Ventura, perante uma plateia de cerca de 100 militantes em Beja.
No discurso, o líder do Chega recordou que o primeiro-ministro, António Costa, disse sentir-se "orgulhoso de ser o maior inimigo do Chega", e que também o presidente do PSD, Rui Rio, e a líder do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), Inês de Sousa Real, já reivindicaram esse título.
"Neste momento, temos quase uma disputa para ver quem é o maior inimigo do Chega", disse o presidente do partido, que já defendeu medidas inconstitucionais como a prisão perpétua ou a castração química e apresentou propostas com base na discriminação de determinadas comunidades, como o confinamento de ciganos ou a limitação de imigração de países islâmicos.
Apesar da voz rouca a acusar o cansaço da campanha, o discurso de Ventura foi inflamado e centrou-se no PS, recordando o ex-ministro Armando Vara, que viu na quarta-feira a Relação confirmar a pena de prisão de dois anos por branqueamento de capitais, e o antigo primeiro-ministro socialista José Sócrates.
"A canalha socialista, a canalha socrática está toda dentro do PS", acusou André Ventura.
A meio do discurso, os ataques de Ventura viraram-se para a comunidade cigana, acusando-a de não cumprir as regras, apesar de não ter apontado para nenhum dado que comprove tal afirmação.
"O problema do Estado foi ter medo. [...] Não vamos ter medo de nenhuma comunidade em Portugal", disse Ventura, recentemente condenado por ofensas ao direito à honra de uma família do Bairro da Jamaica, no Seixal, em que o Tribunal considerou haver uma "vertente discriminatória em função da cor da pele e da situação socioeconómica" dos visados.
Durante o jantar-comício, houve vários momentos em que militantes não respeitaram as regras sanitárias impostas pela covid-19, dançando sem máscaras, nomeadamente ao som de "Apita o Comboio".
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