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"Sem o PS, PSD não teria discurso nem catequese"

A ex-ministra da Cultura assina hoje um artigo no Diário Económico no qual compara, tal como fez o “professor Eduardo Lourenço”, o XXXV Congresso do PSD a uma “missa cantada”, à qual não faltaram “os bispos, cardeais, diáconos e sacristãos, nem sequer o Arcângelo Marcelo”. Mas, sublinha Gabriela Canavilhas, “o PS esteve tão presente” no Coliseu dos Recreios como qualquer um dos congressistas porque sem ele “como desculpa, o PSD não teria um discurso nem catequese porque não tem obra para apresen

"Sem o PS, PSD não teria discurso nem catequese"
Notícias ao Minuto

11:33 - 10/03/14 por Ana Lemos

Política Gabriela Canavilhas

“Nas Jornadas Parlamentares do PS na Nazaré, o professor Eduardo Lourenço usou uma expressão de enorme clarividência para se referir ao XXXV Congresso do PSD”, começa por referir a ex-ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, num artigo que esta segunda-feira assina no Diário Económico, para fazer referência à analogia entre o evento ‘laranja’ e uma “missa cantada”.

Foi, na opinião de Canavilhas, “uma missa cantada porque foi de festa e porque foi mais embelezada do que nos domingos normais, em que a música, o coro, a polifonia, a coreografia, o incenso e a linguagem corporal ajudaram ao arrebatamento do espirito e conduziram a emoções até aos diversos clímaxes coletivos”.

E nessa “missa cantada do PSD”, escreve, “não faltaram os bispos (um deles, Miguel Relva, pairou qual Espirito Santo), nem os cardeais, diáconos e sacristãos, nem sequer faltou o Arcângelo Marcelo Rebelo de Sousa em busca do seu Vaticano”.

Canavilhas refere que viu “muitos risos, muita alegria, muito contentamento”, concluindo por isso “que quando se defende e se vota alegremente num governo, que empobrece propositadamente os portugueses como estratégia de desenvolvimento, em nome de uma fé ilógica, inquebrável na sua irracionalidade, estamos afinal perante a confirmação, por excelência de que a missa cantada a que assistimos assenta (…) numa crença partidária que, contra todas as evidências lógicas, (…) sobrevive ou até se multiplica entre os seus fieis porque se alimenta do dogma da pretensa culpa ‘do outro’”.

Neste sentido, e “porque a política é também uma questão de fé”, a antiga governante sustenta que “um comício ou um congresso partidário são (…) também grandes manipuladores de fé: a fé do líder, a fé na sua própria verdade, a fé na oratória, na palavra, e sobretudo na capacidade da sociedade em se transformar para melhor”.

“Por isso, o PS esteve tão presente nas intervenções dos congressistas do PSD”, refere Canavilhas, justificando que “sem o PS como desculpa para a justificação dos males da governação da direita, o PSD não teria um discurso nem catequese porque não tem obra para apresentar ao país. E sem o PS como alvo omnipresente, Passos não conseguiria distrair a multidão dos verdadeiros problemas da governação”.

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