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Jerónimo acusa Altice de "chantagem" com Governo para fazer despedimentos

O secretário-geral do PCP acusou hoje a Altice de fazer "chantagem" com o Governo e a ANACOM para concretizar a "ameaça" de despedimento de cerca de 300 trabalhadores, contra a qual "vale a pena" lutar.

Jerónimo acusa Altice de "chantagem" com Governo para fazer despedimentos
Notícias ao Minuto

19:45 - 07/07/21 por Lusa

Política PCP

Existe um "problema central que é a ameaça de um despedimento coletivo, em que se procura substituir trabalhadores com um vínculo efetivo a subcontratados, nuns processos em que a Altice desafia o próprio Governo e a ANACOM [Autoridade Nacional de Comunicações] com a chantagem para conseguir os seus objetivos", sublinhou Jerónimo de Sousa, no final de um encontro com organizações representativas dos trabalhadores da Altice, na Casa do Alentejo, em Lisboa.

O dirigente comunista disse estar confiante de que os trabalhadores "não vão deixar passar em silêncio esta ameaça real" e acusou a Altice de ser uma "daquelas empresas que se gabou de ter uma sustentabilidade elevada, ou seja, lucros".

O secretário-geral considerou, pela "importância que tem a empresa" para o país, para este grupo de trabalhadores que vai ser abrangido pelo despedimento coletivo e para a economia, que "é uma batalha que vale a pena travar, no plano político e no plano institucional".

Durante a sessão, e depois de ouvir as diferentes intervenções dos representantes das organizações que lutam pelos direitos dos trabalhadores da Altice, Jerónimo de Sousa considerou o despedimento "injusto", "imoral" e "vergonhoso", incentivando o Governo a usar os instrumentos que tem à disposição para travar a decisão.

Prometendo a presença do partido nas ações de protestos dos trabalhadores, Jerónimo de Sousa enalteceu a sua importância para obrigar o executivo socialista a "sair da passiva cumplicidade".

No final de junho, a Altice Portugal confirmou à Lusa que daria início dentro de poucas semanas a um processo de rescisões de contratos de trabalho através de despedimento coletivo, no âmbito do Plano Integrado de Reorganização, abrangendo menos de 300 pessoas.

Contactada pela Lusa, fonte oficial da dona da Meo explicou que, "decorrente da circunstância de, apesar do balanço positivo do Programa Pessoa, o Plano Integrado de Reorganização da Altice Portugal estar ainda aquém do efeito pretendido, é agora o momento" de se iniciar "uma nova etapa no âmbito da transformação da empresa, "com vista à reorganização, reestruturação e racionalização de algumas das áreas da Altice".

A Altice Portugal sublinhou tratar-se de "uma decisão difícil, mas que se afigura como indispensável, essencialmente devido ao contexto muito adverso que se vive no setor das comunicações eletrónicas".

A empresa liderada por Alexandre Fonseca elencou "o ambiente regulatório hostil, a falta de visão estratégica do país, o contínuo, lamentável e profundo atraso do 5G, bem como a má gestão deste dossiê, e ainda as múltiplas decisões unilaterais graves da Anacom [Autoridade Nacional de Comunicações] e de outras autoridades, sempre com a cobertura da tutela, e que ao longo dos últimos quatro anos destruíram significativamente valor".

Este contexto, salientou a Altice Portugal, "reforça e precipita a necessidade de se tomar decisões sempre difíceis, mas que se impõem num mercado desde logo exigente, mas cujo futuro é, no atual momento, cada vez mais incerto".

A escolha do mecanismo de despedimento coletivo "é realizada tendo presente que é o único meio que pode garantir aos trabalhadores o acesso a medidas de proteção social, nomeadamente ao subsídio de desemprego", acrescentou a mesma fonte.

O processo "abrange menos de três centenas de trabalhadores, a quem será dada a possibilidade de aceitarem condições de saída muito vantajosas quando comparadas às previstas na lei", explicou fonte oficial.

Adicionalmente, "o presidente executivo da Altice Portugal anunciou internamente que está a ser considerado um aumento salarial na empresa, de forma transversal, a incluir na revisão do Acordo Coletivo de Trabalho".

Atualmente, de forma direta e indireta, a dona da Meo conta com 17 mil colaboradores.

Leia Também: Governo acompanha "de forma próxima" processo de despedimento na Altice

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