Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
13º
MIN 12º MÁX 17º

Acusar Santos Silva e Medina? "Parece-me jogo político muito mesquinho"

Francisco Louçã deixou, esta sexta-feira, uma crítica ao Governo pela "subserviência em relação às autoridades europeias do futebol". Porém, o comentador acredita que os festejos futebolísticos não têm relação direta com a exclusão de Portugal da lista verde do Reino Unido. E o "aproveitamento político" na sequência desta decisão é, para o bloquista, "mesquinho".

Acusar Santos Silva e Medina? "Parece-me jogo político muito mesquinho"
Notícias ao Minuto

23:23 - 04/06/21 por Filipa Matias Pereira

Política Francisco Louçã

As diferentes abordagens das autoridades aos adeptos portugueses e ingleses, no âmbito dos festejos do título do Sporting e da final da Liga dos Campeões respetivamente, foram criticadas por Francisco Louçã, na noite desta sexta-feira, no habitual espaço de comentário na antena da SIC Notícias. 

"É evidente que as autoridades trataram os adeptos do Sporting de forma muito áspera e muito diferente da dos adeptos ingleses. No primeiro caso, havia incerteza sobre o que poderia acontecer e, no segundo, nas comemorações no Porto, havia a certeza do que poderia acontecer", atacou o ex-líder partidário. 

Para o bloquista, "é injustificável que haja dois critérios para a presença de público em eventos desportivos, num caso, nas competições nacionais e, noutro, nas internacionais". 

Francisco Louçã puxou ainda mais um 'cartão vermelho' ao Governo, que tinha assegurado que os adeptos ingleses estariam numa 'bolha'. Ora, aos olhos do comentador político, "o sistema de proteção da célebre bolha não funcionou. Ficou uma amargura grande por esta subserviência em relação às autoridades europeias do futebol". 

Com a gestão deste dossiê, acredita Francisco Louçã que o Executivo perdeu "autoridade política", pese embora "o que aconteceu depois, a decisão britânica de tirar Portugal da lista dos corredores verdes, pareça ser bastante independente dessa questão". Até porque, justifica, "a  haver contaminações na sequência dos festejos do Porto, estes ainda não estão registados". 

A exclusão de Portugal da lista de destinos seguros do Reino Unido suscita, ainda, "algumas observações", no entendimento do bloquista. A primeira delas diz respeito à legalidade da decisão, já que "a Grã-Bretanha tem o direito soberano de impor limites nas suas fronteiras, como Portugal, se assim o entendesse". 
   
O "aproveitamento político" na sequência desta decisão foi outro dos temas destacados pelo ex-líder do Bloco de Esquerda, que acredita mesmo que a estratégia foi "bastante rasteira". Francisco Louça refere-se, mais concretamente, ao facto de "os partidos terem acusado Santos Silva [ministro com a pasta dos Negócios Estrangeiros]" e de lhe terem pedido "explicações pelas decisões das autoridades britânicas". 

O grupo parlamentar do PSD, recorde-se, requereu hoje uma audição, com caráter de urgência, ao ministro dos Negócios Estrangeiros a propósito da retirada de Portugal da lista verde de viagens do Reino Unido. O governante, por sua vez, mostrou-se disponível para ir ao Parlamento. 

Francisco Louçã criticou, ainda, "o candidato de Lisboa do PSD", Carlos Moedas, que acusou "Fernando Medina por causa do aumento das contaminações [por SARS-CoV-2] em Lisboa. Tudo isso parece-me jogo político muito mesquinho". 

Esta decisão britânica, vincou ainda, "atinge um dos pilares que é uma fragilidade da economia portuguesa: o turismo". Portugal, acrescentou, "depende excessivamente do turismo e pensar que a nossa recuperação económica possa ser garantida por essa bolha turística é persistir nas fragilidades da economia portuguesa".

Leia Também: Covid-19: Rui Rio diz que Reino Unido se está "a portar muito mal"

Recomendados para si

;
Campo obrigatório