"Não é verdade a mortandade no Hospital de Cascais", diz Catarina Mendes
A líder parlamentar do PS desmentiu o relato divulgado hoje pelo deputado do PSD, Ricardo Batista Leite. Ana Catarina Mendes referiu ainda que "há limites para a politiquice" e aconselhou o social-democrata a focar energias no combate à pandemia "sem falsidade e demagogia".
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Política Covid-19
Ana Catarina Mendes desmentiu e deixou severas críticas, esta segunda-feira, ao médico e deputado do PSD, Ricardo Batista Leite, após o parlamentar ter divulgado, nas redes sociais, um relato sobre o dia que viveu no passado sábado, no Hospital de Cascais, quando se encontrava a trabalhar como profissional de saúde voluntário.
De acordo com um texto divulgado esta tarde pela líder do grupo parlamentar do PS, o social-democrata "é voluntário pela metade", porque, apesar de não duvidar "da sua vontade", tem "sérias dúvidas do seu desinteresse".
Mais, para a socialista, ainda que seja verdade que o sistema de saúde português esteja a passar por "momentos difíceis", "não é verdade a mortandade" que Ricardo Batista Leite descreveu no Hospital de Cascais, no sábado passado.
"Faleceram três pessoas no 'covidário', cuja morte muito lamentamos, e cinco foram transferidas para a UCI [Unidades de Cuidados Intensivos]", garantiu Ana Catarina Mendes, sublinhando que confirmou estes dados com a referida unidade de saúde após o "grito de alerta" do deputado.
A líder da bancada socialista pediu também ao parlamentar que "seja deputado por inteiro e não pela metade" e que "respeite a dor, a morte e o luto de tantos portugueses," e "o trabalho dos profissionais de saúde".
"Há limites para a politiquice", atirou, desafiando ainda Ricardo Batista Leite a dizer a "verdade do que viu", de não promover "um alarmismo inexplicável" e de "focar energias" no combate à pandemia "sem falsidade e demagogia".
"Exige-se, num momento tão difícil, responsabilidade de todos e responsabilidade acrescida dos responsáveis políticos. Por isso, o Sr. deputado não deve ignorar que, só no último ano, entraram para o SNS mais oito mil profissionais de saúde, duplicou-se a capacidade de cuidados intensivos, aumentou-se a capacidade de testagem e os profissionais de saúde na linha da frente Covid-19 têm sido inexcedíveis", lembrou.
É de recordar que Ricardo Batista Leiteesteve, este sábado, a trabalhar como voluntário no 'Covidário' do serviço de urgência do Hospital de Cascais e, um dia depois da "enorme frustração e angústia", relatou nas redes sociais a forma como o dia correu, face às enormes dificuldades que a pandemia coloca aos profissionais de saúde e aos portugueses.
"Estive este sábado mais uma vez como médico voluntário no serviço de urgência do Hospital de Cascais – mais especificamente no chamado ‘covidário’ que dá resposta aos doentes e suspeitos Covid-19. Nunca vi tantas pessoas morrerem num só turno de 12 horas. A dor e o sofrimento são indiscritíveis", começou por contar Batista Leite.
Leia aqui o relato na íntegra do parlamentar.
Portugal somou, nas últimas 24 horas, mais 6.702 infetados com o novo coronavírus e 167 mortes relacionadas com a Covid-19, o maior número de sempre ao superar os 166 registados no sábado, indica o boletim epidemiológico divulgado esta segunda-feira pela Direção-Geral de Saúde (DGS).
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