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Marques Mendes critica acordo. "Chega a crescer e PSD a perder voto útil"

A solução governativa encontrada nos Açores, que integra um acordo com o partido Chega, tem estado no cerne de alguma polarização de opinião. Luís Marques Mendes alinha com os críticos, antecipando "um problema no plano nacional" para o PSD.

Marques Mendes critica acordo. "Chega a crescer e PSD a perder voto útil"

Ainda que abrindo com a defesa de que “o acordo com o Chega na região autónoma é legítimo”, Luís Marques Mendes acredita que é “um problema no plano nacional” e refere mesmo que “o problema se agravou esta semana com todos os sinais vindos da direção” do PSD.

No seu espaço de opinião semanal, na antena da SIC Notícias, Marques Mendes explicou que “a política funciona com perceções” e que a perceção que existe é a seguinte: “Para além do acordo nos Açores, o PSD, se for necessário, nas próximas eleições nacionais, pode também fazer um acordo com o Chega para eventualmente formar Governo”.

A criação desta perceção, ainda que não se traduza na realidade, “tem vários problemas”, referiu o Conselheiro de Estado. “É uma avenida de crescimento para o Chega. Se se criar a ideia, em alguns setores mais à Direita, que votar no Chega ou no PSD é mais ou menos a mesma coisa… É o Chega a crescer exponencialmente e o PSD a perder voto útil”.

Paralelamente, indicou o antigo ministro social-democrata, a decisão é “um passaporte para perder os eleitores do centro”, os que “não gostam muito que um partido responsável esteja de ‘braço dado’, ainda que seja com um acordo de incidência parlamentar, com um partido radical, xenófobo e racista”.

Finalmente, anteviu Marques Mendes, esta sucessão de acontecimentos poderá significar “um empurrão para a descida do CDS”, algo que seria “muito mau para a democracia”, confrontando um “partido da Direita moderada” com um “partido da Direita radical”.

“O Chega é o grande beneficiário de tudo isto. Saiu-lhe o euromilhões”, terminou.

Recorde-se que a solução de governo na região integra PSDCDS e PPM e é viabilizada pelo Chega e pelo IL no parlamento regional, mediante acordos de incidência parlamentar. Com o apoio dos dois deputados do Chega e do deputado único do IL, a coligação de direita soma 29 deputados na Assembleia Legislativa dos Açores, um número suficiente para atingir a maioria absoluta.

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