Sondagens não ditam "nem vitórias nem derrotas" para João Ferreira
O cabeça de lista europeu da CDU afirmou que as sondagens não ditam "nem vitórias nem derrotas", desvalorizando um estudo conhecido hoje segundo o qual comunistas e ecologistas correm o risco de perder até dois dos seus três mandatos.
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Política Europeias
"De maneira nenhuma. Não são as sondagens que ditam nem vitórias nem derrotas. Aquilo que nos permite aferir o sentimento da população são ações de rua como esta que hoje estamos aqui a fazer", disse João Ferreira, a meio de uma "arruada" de campanha pelas ruas centrais de Beja.
A sondagem do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e do ISCTE para o semanário Expresso e a televisão SIC atribui 36% de intenções de voto ao PS, seguindo-se PSD, com 28%, BE (9%), CDU e CDS-PP, ambos com 8%. Há cinco anos, no último sufrágio europeu, a CDU alcançou a terceira posição, com 12,7%, num total de 416.446 votos, e consequentes três lugares em Bruxelas.
"Não assistimos às sondagens como meros espetadores. Respeitamo-las todas, mas não somos espetadores passivos, somos construtores de um resultado, um resultado que estamos a construir hoje e amanhã e depois e depois até ao dia 26 [de maio]", continuou o eurodeputado.
A sondagem mostra que o PS poderia chegar aos oito ou nove lugares (disputando mais um do que tem hoje); o PSD entre seis e sete (também disputando mais um do que conseguiu em 2014), o BE conseguiria dois lugares (mais um também), enquanto o CDS-PP estaria entre o lugar que hoje tem e os dois (que representariam um regresso ao mandato anterior). A CDU pode ficar com um ou dois eurodeputados apenas, face aos três que tem neste momento.
Segundo o candidato da CDU, "foi assim há cinco anos também", pois "poucos dias antes das eleições", havia "sondagens que não eram tão favoráveis como o resultado" que a coligação veio a recolher.
"O sentimento que vamos recolhendo nas ruas, a adesão às propostas da CDU, o reconhecimento do nosso trabalho leva-nos a ter muita confiança nesta batalha e no resultado que vamos ter", afirmou, completando: "Estamo-nos a bater por um reforço da CDU e esse reforço pode ir tão longe quanto os eleitores o queiram levar".
João Ferreira declarou que a sua candidatura está "a fazer um esforço muito empenhado em trazer para o centro do debate questões mobilizadoras da participação nacional, que dizem respeito à vida das pessoas, grandes questões nacionais que têm que ver com o futuro do país e a relação com o Parlamento Europeu e a União Europeia".
"É no dia das eleições que veremos os resultados, os votos em cada partido e também ao nível da abstenção", disse.
A sondagem SIC/Expresso foi realizada entre os dias 22 de abril e 3 de maio e os dias 7 e 12 de maio. No total foram contactadas 5.216 pessoas, tendo respondido 1.605, sendo que 47% assumiram que não irão votar.
Mais tarde, já em Serpa, o serão da CDU, que incluiu um jantar-comício, foi dedicado ao tema da agricultura e João Ferreira focou-se no facto de a legislatura que se vai iniciar no Parlamento Europeu ser de revisão da Política Agrícola Comum (PAC).
O recandidato europeu já tinha desvendado pela tarde algumas prioridades: garantir o fim das desigualdades na distribuição de pagamentos entre países e dentro de cada país em que "8% dos produtores acabam por levar 80% das ajudas".
João Ferreira defendeu ainda "instrumentos de defesa da produção nacional como as quotas e dos direitos de produção", dando os exemplos do leite e do vinho. Os preços justos à produção para os agricultores portugueses, o benefício das pequenas e médias explorações agrícolas e princípio da preferência nacional para estados-membros com défice agroalimentar acentuado como Portugal foram outras ideias avançadas.
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