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"Pagar a privados aquilo que o público tem? Isso é gerir mal o SNS"

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) continua na ordem do dia e Catarina Martins voltou a reforçar quais são os ideais defendidos pelo Bloco de Esquerda (BE).

"Pagar a privados aquilo que o público tem? Isso é gerir mal o SNS"

Nos últimos dias, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem dado que falar com a discussão da Lei de Bases de Saúde e das PPPs, com partidos a afirmarem que as propostas estão fechadas e Governo a garantir que as negociações ainda estão abertas.

O Bloco de Esquerda tem estado no centro da discussão e, esta segunda-feira, Catarina Martins, à margem de uma visita à Feira do Fundão, voltou a falar no assunto.

A líder do BE começou por dizer aos jornalistas que o "Estado deu aos hospitais privados o que devia estar no Serviço Nacional de Saúde" e isso só fragilizou a saúde em Portugal. Portanto, segundo Catarina Martins, é necessário reforçar a ideia de que o SNS "é público e de todos e não deve ser entregue aos grandes hospitais privados".

Contudo, a bloquista referiu que há excepções em que o Estado deve contratualizar com os privados para ir ao encontro das necessidades dos utentes.

"Se o Estado, naquilo a que não tem resposta, precisar de contratualizar, pois contratualiza. Há exemplos óbvios em Portugal: a hemodiálise, em que não há resposta pública, e os cuidados continuados, onde é preciso fazer muito mais, há pouco e o que há é de setor social e deve ser contratualizado. Ninguém está contra isso, agora entregar o que é um hospital público aos privados? Ou pagar aos privados aquilo que o hospital público tem? Isso é gerir mal o SNS, é atacar a capacidade de toda a população, em todo o território, de ter acesso a cuidados de saúde. E essas são as grandes decisões dos próximos dias", sublinhou Catarina Martins.

A líder do BE aproveitou a presença no Fundão para recordar que são as populações do Interior do país que mais sofrem com a entrega dos serviços públicos "aos gigantes dos negócios privados da saúde". "Para as pessoas do Interior isto é muito importante porque é aqui que os concursos ficam vazios de médicos e de profissionais de saúde", reforçou.

Em jeito de conclusão, Catarina Martins deixou claro que o PS e o Governo "têm de escolher um lado" e definir a sua posição quanto à Lei de Bases da Saúde.

"O PSD fica agradado quando percebe que o PS abre a porta à entrega de hospitais públicos ao setor privado, porque é o que quiseram sempre. São as privatizações. Mas, é preciso escolher um lado. Ou achamos que podemos entregar o que é público aos hospitais privados e, seguramente, o Grupo Mello ficará muito feliz e o PSD também. Ou achamos que é preciso salvar o SNS para garantir qualidade no acesso a prestações de saúde em todo o país e, para isso, só podemos contratualizar com os privados quando o SNS não tem resposta", concluiu a bloquista.

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