Ventura recusa ter dado "carta branca" ao Governo

O presidente do Chega recusou hoje ter dado "carta branca para o futuro" ao Governo, num dia em que foram debatidas e votadas propostas sobre imigração ou descida de impostos, defendendo que o executivo não pode voltar atrás.

Luís Montenegro recebe André Ventura em São bento

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Lusa
04/07/2025 22:14 ‧ ontem por Lusa

Política

Chega

"Eu queria dizer ao primeiro-ministro que não pense que aquilo que aconteceu hoje é nenhuma carta verde nem nenhuma carta branca para o futuro. O Chega deu um sinal de que quer baixar impostos e quer controlar a imigração. Tal como demos o sinal, se o Governo agora voltar atrás ou fizer como faz o PS, que é dar um primeiro passo e voltar três atrás, nós cá estaremos para lhe dizer que errou, lhe tirarmos a carta da mão e dizer que Luís é hora de ir embora e deixar os outros governar e deixar o Chega governar", afirmou André Ventura, em Loures (distrito de Lisboa).

 

O líder do Chega deixou este aviso durante o discurso na apresentação da candidatura do deputado Bruno Nunes à presidência da Câmara Municipal de Loures.

André Ventura disse que o seu partido "quer dar um futuro às pessoas, sem pensar em cálculos político-partidários". 

"O tempo do jogo de bastidores acabou, o tempo da jogada palaciana dos partidos e dos políticos tem que acabar", defendeu.

O presidente do Chega disse que o partido acompanhou a proposta do Governo de descida do IRS porque é uma medida na qual acredita.

"Nós não demos a mão ao Governo, nem fizemos nenhum transformar o não é não em sim é sim não. Nós hoje mostrámos ao PSD a diferença de ser líderes da oposição ou líderes da destruição, mostrámos ao PSD quando se põe o país e as pessoas acima de qualquer cálculo político", salientou.

André Ventura assinalou também que durante a campanha eleitoral das últimas eleições legislativas defendeu a baixa de impostos ou restrições à imigração, pelo que agora o Chega não poderia votar contra.

"Não podíamos. Para nós não há cálculo político, para nós não há jogada política. Para nós hoje ao fim do dia as pessoas sentem que o parlamento fez alguma coisa pelo país, e é para isso que o nosso salário é pago", defendeu também.

Na sua intervenção, o líder do Chega considerou que o Governo "vem dois anos, três anos, quatro anos depois" dizer que existe "um problema de insegurança e de imigração".

"Mas fomos nós, e por nós, que este problema hoje foi finalmente tratado em Portugal. Porque os políticos do sistema preferiam olhar para o lado e dizer não há problema nenhum", criticou, acusando os restantes partidos de viverem "na sua bolha".

No arranque do seu discurso, André Ventura lembrou que foi vereador no concelho, enquanto ainda era militante do PSD, e assinalou que o Chega "nasceu no concelho de Loures" e afirmou que esta candidatura autárquica "tem um peso enorme em cima" e o partido "não pode ter um resultado em Loures".

O presidente do Chega disse acreditar que o partido vai "ganhar as autárquicas" e conquista "muitas câmaras", pois "nunca foi das elites", nasceu "junto das pessoas e dos seus problemas" e as pessoas aderem a este projeto porque "sentem que os partidos do sistema não davam respostas".

"Este partido não se fez para meias vitórias", salientou.

"Nós somos o primeiro grito desde o 25 de Abril, somos o primeiro grito de independência, não da independência do país, mas da independência de um povo face às suas elites e da independência de um povo face aos partidos que o dominavam e às elites económicas que o dominavam. Nós conseguimos fazer a transformação de trazer as pessoas comuns para um projeto com futuro, agora temos que o concretizar", defendeu o líder do Chega.

A proposta do Governo que reduz as taxas do IRS este ano em 500 milhões de euros foi hoje aprovada na generalidade no parlamento com os votos a favor do PSD, CDS-PP, Chega, IL, PAN e JPP, e a abstenção do PS.

O partido de André Ventura também tinha um projeto de lei para baixar o IRS de forma mais acentuada do 2.º ao 5.º escalão, mas retirou-o de votação, depois de o PSD prometer incluir essa descida no próximo orçamento.

Já as iniciativas do Governo de alteração aos diplomas da nacionalidade e da imigração baixaram à fase de especialidade sem serem votadas na generalidade, bem como projetos-lei do Chega sobre as mesmas matérias.

Leia Também: Chega retira proposta de descida do IRS após promessa do PSD para OE2026

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