Líder do PS/Porto estuda hipótese de "esforço" que responda a lesados
O presidente da distrital do Porto do PS, Manuel Pizarro, afirmou hoje que vai estudar se, politicamente, "pode haver um esforço" para responder aos lesados do BES/Novo Banco que reivindicam o pagamento integral do investimento.
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Política BES
"Veremos se, no plano de uma solução política de natureza extrajudicial, é possível conseguir mais alguma evolução", disse Manuel Pizarro aos jornalistas no final de uma reunião na sede da distrital do PS/Porto com um grupo de lesados que não aderiu à solução encontrada em 2016 pelo Governo para uma recuperação de parte de valor investido no banco.
O socialista comprometeu-se a "tentar ver se há mais alguma coisa que se possa fazer" pelo grupo, alertando que "o atual Governo já fez um enorme esforço para dar resposta" à "forma completamente irresponsável com que o então governo PSD/CDS promoveu a chamada resolução do BES".
"Respeitando em absoluto a autonomia da justiça, não posso deixar de ver que, tendo sido o banco resolvido em 2014, cinco anos depois há poucas noticias sobre a responsabilização criminal e civil das pessoas que estiveram por trás do processo de gestão fraudulenta de um banco", afirmou.
De acordo com o dirigente socialista, "em teoria" não é viável que este grupo de lesados adira agora à solução proposta pelo Governo em 2016, mas "pode haver um esforço para ver se é possível acomodar a situação".
Manuel Pizarro admitiu não estar "muito otimista", destacando ter "a obrigação de fazer o melhor e de responder aos problemas concretos das pessoas", pois "é por isso" que está "na política".
De acordo com o socialista, a questão é "quem vai pagar os compromissos" deixados pelo BES, se "não há recursos resultantes da sua resolução".
"Veremos se é possível conseguir alguma coisa mais", frisou.
Cerca de 2.000 clientes que compraram 400 milhões de euros em papel comercial, aos balcões do BES, viram o seu investimento perdido aquando da queda do banco e do Grupo Espírito Santo no verão de 2014, apesar de haver uma provisão destinada a lhes pagar.
Para Manuel Pizarro, "o facto de a situação persistir" mostra que "o governo PSD/CDS andou a empurrar para baixo do tapete a lixeira acumulada e fazer de conta que a sala estava limpa".
"Quando chegámos ao governo, não havia BES, não havia dinheiro e mais de dois milhares de pessoas tinham perdido todas as suas economias", notou.
Questionado sobre a ausência de responsabilização criminal pelo sucedido no banco, o presidente da distrital socialista do Porto sublinhou ser necessário "respeitar os tempos da justiça".
Manuel Pizarro lembrou que, em 2014, "foram muitos os responsáveis públicos que tentaram passar a imagem de que o BES era seguro", nomeadamente "o então Presidente da República, Cavaco Silva, o então e ainda governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o atual comentador Marques Mendes".
Insistindo na perspetiva de um "aprimoramento das soluções encontradas" até agora, Manuel Pizarro referiu estarem em causa 7% dos lesados do BES, sendo que "alguns" integram os "93% que aderiram à solução encontrada, mas estão insatisfeitos".
"A solução acarreta perdas, mas foi a possível para ser fora dos tribunais e muito mais rápida. As pessoas que aderiram já receberam um terço do dinheiro, este ano vão receber outro terço e para o ano o restante", esclareceu.
No domingo, Manuel Pizarro prometeu receber os lesados do BES/Novo Banco quando o grupo se manifestou num evento em que participou o primeiro-ministro, António Costa, gritando "devolvam o nosso dinheiro".
A solução encontrada (entre a associação de lesados, Governo, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários - CMVM, Banco de Portugal, BES 'mau' e Novo Banco), no final de 2016, para os lesados do BES propõe a recuperação de 75% do valor investido, num máximo de 250 mil euros, para aplicações até 500 mil euros.
Acima desse montante, irão recuperar 50% do valor.
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