Tancos: CDS acusa Governo de querer "limpar a face"
O CDS-PP acusou hoje o Governo de ter tomada uma "decisão política" para "limpar a face" ao transferir o material militar que estava em Tancos para os paióis de Santa Margarida e Marco do Grilo.
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Política Críticas
A acusação foi feita pelo deputado Álvaro Castelo Branco, do CDS-PP, durante a audição, na comissão parlamentar de inquérito sobre o furto de Tancos, do atual comandante do Regimento de Engenharia n.º 1, Leonel Martins, responsável ainda hoje pela segurança dos paióis, esvaziados após o furto de junho de 2017.
O deputado centrista usou números do próprio Exército, fornecidos durante a visita que a comissão fez às instalações de Tancos no início de janeiro, para dizer que as obras para o reforço das vedações custariam "300 mil euros" quando o executivo gastou cerca de 4,3 milhões com a transferência de todo o material para os paióis do Campo Militar de Santa Margarida e para os paióis do Marco do Grilo, Sesimbra, este da Marinha.
"Esta decisão de transferir o material foi mera decisão política" para o "Governo limpar a face e Exército também", afirmou.
Neste debate, foi Jorge Machado, do PCP, a fazer a defesa do executivo, ao antecipar a crítica "de irresponsabilidade" do CDS-PP se, depois do assalto, o Governo tivesse decidido manter o armamento e o material militar nos paióis nacionais de Tancos, depois de serem conhecidas as condições degradadas em que estavam as instalações.
Leonel Martins admitiu que o estado das instalações de Santa Margarida, para onde foi transferido parte do material dos paióis nacionais, está "em melhores condições" para guardar o material.
O atual comandante do Regimento de Engenharia n.º 1 confirmou ainda que, passado mais um ano e oito meses depois do assalto, e mesmo depois de os paióis terem sido esvaziados, a sua unidade continua a fazer rondas para "guardar as instalações".
O furto do material militar, entre granadas, explosivos e munições, dos paióis de Tancos foi noticiado em 29 de junho de 2017 e parte do equipamento foi recuperado quatro meses depois.
O caso do furto de armas em Tancos ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos, numa operação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, sete militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo.
A comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas no furto de material militar em Tancos tem previstas audições a mais de 60 personalidades e entidades, vai decorrer até maio de 2019, e é prorrogável por mais 90 dias.
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