"Em primeiro lugar, estão os interesses do país"
O líder parlamentar do PSD afirmou hoje que o partido estará "sempre disponível" para soluções que "sirvam os interesses do país", mas remeteu para análise posterior os diplomas do Governo sobre arrendamento
© Leonardo Negrão / Global Imagens
Política Fernando Negrão
Há um princípio do PSD muito antigo: em primeiro lugar, estão os interesses do país. Seja o PS, seja o CDS, seja o BE, seja o PCP, desde que as soluções apresentadas sejam importantes para o país, o PSD está sempre disponível”, afirmou Fernando Negrão, questionado pelos jornalistas no parlamento, em Lisboa, sobre o apelo feito hoje pelo PS para um consenso em torno dos diplomas do Governo sobre regulação e incentivos ao mercado de arrendamento.
No entanto, Negrão escusou-se a avançar desde já qual será a posição dos sociais-democratas sobre as propostas do Governo nesta matéria.
“Ainda não as analisámos, analisaremos com certeza”, afirmou.
O vice-presidente da bancada socialista João Torres afirmou, no final da reunião da bancada socialista, que o partido requereu o adiamento das votações que estavam previstas para hoje no âmbito do grupo de trabalho (parlamentar) da habitação urbana e políticas de cidades.
O pedido de adiamento das votações para terça-feira deveu-se à ausência de consenso político no que respeita ao conjunto de diplomas do Governo sobre mercado de arrendamento.
Ao longo da conferência de imprensa, João Torres disse que a primeira prioridade dos socialistas passou pelo diálogo com os seus parceiros de esquerda (BE, PCP e PEV).
No entanto, de acordo com o ‘vice’ do Grupo Parlamentar do PS, a bancada comunista manifestou-se contra um aspeto considerado central para aumentar a oferta no mercado de arrendamento: a concessão de benefícios fiscais aos proprietários, designadamente a isenção de taxa liberatória (de 28%) caso coloquem as suas casas para arrendar 20% por cento abaixo da mediana de preços praticada na zona em que se situa o imóvel.
"O Grupo Parlamentar do PS nunca enjeitou nenhum diálogo com forças políticas, dando evidentemente sempre preferência ao diálogo à esquerda no quadro parlamentar. A questão da habitação é aflitiva e, nesse sentido, estamos disponíveis, como sempre estivemos, para fazer o diálogo o mais alargado possível, por forma a que as mudanças a operar no mercado de arrendamento sejam sentidas com a maior brevidade possível no quotidiano das famílias portuguesas", justificou.
Num recado indireto sobretudo dirigido ao PSD, João Torres afirmou que "se a situação implicar um diálogo com outras forças políticas, que não o PCP ou o Bloco de Esquerda, o PS está disponível para interagir com todos".
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