Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
12º
MIN 12º MÁX 17º

PCP e Bloco num próximo Governo PS? "Somos amigos, não dá para casar"

O primeiro-ministro mostrou-se pouco confiante na possibilidade de PCP e Bloco de Esquerda integrarem um eventual futuro Governo do PS, alegando que o grau de compromisso à Esquerda é relativo. Tancos, a renovação da PGR e as relações com Belém, assim como as negociações para o próximo Orçamento foram também temas merecedores de destaque na entrevista da TVI a António Costa.

PCP e Bloco num próximo Governo PS? "Somos amigos, não dá para casar"
Notícias ao Minuto

07:25 - 02/10/18 por Lusa com Natacha Costa

Política António Costa

Estas palavras foram proferidas por António Costa em entrevista ao 'Jornal das 8' da TVI, depois de questionado sobre a possibilidade de elementos do PCP e do Bloco de Esquerda virem a poder integrar um próximo Governo do PS na sequência das próximas eleições legislativas.

"O nível de compromisso que atingimos foi este, dá para sermos amigos, não dá para casar. O futuro constrói-se a cada momento, mas, agora, o grau de divergência em matérias essenciais que existe entre todos os partidos é conhecido, é evidente. E não antevejo que seja possível minorá-lo o suficiente para podermos ter um grau de compromisso mais avançado, mas as circunstâncias variam, podem evoluir, a ver vamos", respondeu Costa.

De acordo com o líder do Executivo, a atual solução governativa tem "sido estável" porque cada um dos partidos que a suporta (PS, Bloco de Esquerda, PCP e PEV) "conhece bem a sua identidade e respeita a identidade dos outros".

Mas essas diferenças, ao mesmo tempo, segundo o primeiro-ministro, também "delimitam muito a margem de proximidade" possível entre PS, Bloco de Esquerda e PCP.

Na entrevista, ainda no plano político-partidário, António Costa recusou-se a antecipar se o PS apoiará uma eventual recandidatura do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nas eleições presidenciais de 2021.

"As pessoas podem ter boas relações pessoais e profissionais, podem trabalhar bem juntas e não votarem uma na outra. Não dou por adquirido que o professor Marcelo Rebelo de Sousa, por se dar bem comigo, vote em mim nas próximas eleições legislativas. Portanto, uma coisa não condiciona a outra e cada decisão deve ser tomada a seu tempo", argumentou.

Já sobre Mário Centeno, o líder do Executivo elogiou o seu ministro das Finanças e salientou que "já provou ter perfil para exercer as mais diversas funções". Questionado sobre se Centeno será proposto por Portugal para comissário europeu, António Costa foi perentório: "Cada coisa a seu tempo".

"[Mário Centeno] neste momento, está a fechar um Orçamento, é presidente do Eurogrupo" e "a escolha tem muito a ver com a pasta que é confiada a cada um dos comissários", acrescentou.

Descida do IVA na luz descartada mas negociações do OE estão a "andar bem"

A propósito do próximo Orçamento do Estado, e tendo em conta o plano político, António Costa afirmou que as negociações com os parceiros Bloco de Esquerda, PCP e PEV "estão a andar bem", mas recusou-se a dá-las como fechadas.

"Ainda há muito trabalho a fazer, o nosso objetivo essencial é que este Orçamento torne irreversíveis os avanços alcançados ao longo dos últimos três anos e criar condições para avanços futuros. Obviamente, um Orçamento é um conjunto e não podemos dar nada como adquirido enquanto tudo não estiver adquirido. Portanto, enquanto tudo não estiver acordado nada está acordado, mas as negociações têm estado a andar bem e vamos seguramente ter uma vez mais em 2019 um bom Orçamento", disse.

Porém, vincou, uma coisa é já certa. “Reduzir o IVA teria um impacto de 500 milhões de euros, o que não me parece de todo comportável, mas há outras formas mais saudáveis, que julgamos serem possíveis e nas quais estamos a trabalhar para reduzir a fatura energética dos portugueses”, garantiu o chefe do Governo, recordando que a tarifa social da eletricidade chega a muitas mais famílias atualmente do que chegava antes da tomada de posse do Governo PS.

Escolha da nova PGR resultou de um "absoluto consenso" com o Presidente

O líder do Executivo foi confrontado, nesta entrevista à TVI, sobre o grau de consenso que teve o processo que conduziu à não renovação do mandato de Joana Marques Vidal no cargo de procuradora-geral da República, garantindo que "houve um absoluto consenso entre o Governo e o Presidente da República [Marcelo Rebelo de Sousa], o que, aliás, contrasta com o que tinha acontecido no passado", disse.

António Costa fez depois questão de referir que os dois últimos procuradores-gerais da República, Joana Marques Vidal e Pinto Monteiro, "foram fruto de recusas de propostas anteriores feitas pelos governos de Passos Coelho e de José Sócrates", respetivamente.

Roubo de Tancos? "O que compete ao Governo fazer foi o que o Governo fez"

Assinalando desde logo que não gosta de falar de processos que estão em investigação judicial, o primeiro-ministro garantiu que o Governo fez tudo o que poderia fazer quanto ao 'caso Tancos'.

Não passa pela cabeça de ninguém, que compita ao ministro da Defesa estar a fazer a segurança de cada paiol. O que compete ao Governo fazer foi o que o Governo fez. Foi comunicado um problema relativamente ao sistema de segurança e foi elaborado um despacho ordenando à aquisição do equipamento necessário para que o equipamento de segurança fosse instalado”, afirmou lembrado que esta questão já deveria ter sido resolvida pelo anterior Executivo que, acusa, já sabia do problema de segurança deste paiol.

Foi pena que o antecessor [do ministro da Defesa] não tivesse adquirido o equipamento que porventura já estaria a funcionar e o roubo não teria existido, mas pronto, mais vale tarde do que nunca. Foi quando foi”, apontou Costa.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório