"Eu vim para ganhar a António Costa". Palavra de Santana Lopes
Pedro Santana Lopes foi entrevistado esta segunda-feira no ‘Jornal da Noite’ da SIC e a ementa foi: a Aliança.
© Global Imagens
Política Santana Lopes
O partido Aliança tem dado que falar desde que foi tornada pública a sua constituição por parte de Pedro Santana Lopes. O agora ex-militante 'laranja', que bateu com a porta no ‘nariz’ do PSD depois de ter perdido as eleições diretas para Rui Rio, respondeu às críticas de “traição” lembrando que vivemos numa “democracia” e que isso significa “liberdade”.
Na entrevista concedida esta noite de segunda-feira à SIC, o político, que tem uma carreira de mais de 40 anos, sublinhou que tomou uma decisão e que não o fez com o objetivo de criar “dano” ao PSD.
“Não quis fazer dano a ninguém. Não quis colocar o PSD numa posição desagradável e não andei a bater à porta de ninguém a dizer ‘venham comigo’”, referiu.
O antigo primeiro-ministro deixou claro qual é a sua intenção com a criação da Aliança: “O que se discute agora é a que distância os partidos ficam do doutor António Costa. Eu não vim para isso, eu vim para ganhar ao doutor António Costa. Se os outros não querem ganhar é lá com eles”.
Oficialmente o partido ainda não está constituído, pois ainda decorre a fase de recolha de assinaturas, mas Santana Lopes diz que “está a correr tudo muito bem” e que as assinaturas que recebe no seu escritório não só “são muitas”, como já passaram a “metade” das 7.500 que são necessárias para a formação do partido.
O ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia justifica a sua decisão de abandonar o PSD com o facto de as suas “ideias não terem eco” no partido e recusa continuar a olhar para o passado: “O que me interessa é o caminho do futuro” e é na Aliança, que “custou a constituir”, que se quer focar.
Às críticas de quem lhe aponta o dedo dizendo que já foi derrotado várias vezes, Santana Lopes não tem papas na língua para dizer que “não foram as ideias que foram derrotadas” e lembrou que aquando das eleições diretas no PSD avisou que a posição dos militantes face às suas "convicções" iria ser decisiva. E foi, razão que o levou a abandonar o seu partido de sempre.
Mas foi “muito doloroso tomar esta decisão, muito mesmo”, garante frisando que “40 anos não são quatro dias” e explicando o que o distingue de outros políticos que também deixaram o partido original para se mudarem para outro.
É muito fácil sair de um partido e ir para outro grande. Eu saio de um grande partido para começar do zero e fiz este caminho sozinho porque quero lutar por aquilo que considero que é melhor para PortugalE o que é melhor é uma “redução da carga fiscal, o combate à desertificação, a descentralização de serviços”, temas que, aliás, “não conseguia defender no PSD”.
Questionado se poderá fazer uma eventual coligação com o PS, Santana Lopes respondeu com um perentório “não”, lembrando que tem dito “ao longo das décadas” que considera um “erro qualquer tipo de bloco central”.
Mas deixa a porta aberta ao PSD: “Não virei anti-PSD. Contínuo a considerar-me social-democrata. O PSD é o partido mais próximo [das suas convicções], eu adoro aquelas bases. Com certeza se tiver de me coligar será com quem me está mais próximo”.
E face a todas as críticas que lhe têm sido dirigidas desde que abandonou o partido ‘laranja’, Santana comentou com ironia: “Se eu tivesse deixado de professar a minha fé religiosa não sei se teria tantas reações quase inquisitoriais como aqui. Mas que diabo!”.
A quem o acusa de querer “protagonismo”, Santana Lopes diz que “este projeto não tem nada a ver com dependência da vida política” pois, garantiu, não precisa de “nenhum cargo na vida política”, frisando que não vai ser eurodeputado e que até preferia não ser deputado.
Já disse que o lugar de deputado não era algo que me fascinasse, prefiro lugares executivos, mas se tiver que ser deputado com certeza que serei
E o que fará de Pedro Santana Lopes um dirigente político feliz? “Conseguir ir buscar a abstenção, as novas gerações. O que me fascina é fazer uma força política para as novas gerações que não veem debates, que não leem entrevistas e que quando ouvem falar de política só ouvem falar no comboio da CP que o PS fretou”.
Em jeito de conclusão, Santana Lopes disse ainda ter a “certeza que vai correr bem” a constituição do partido, bem como a prestação da Aliança nas eleições. Esta “certeza”, justifica, é fruto da sua experiência: “Tenho a certeza que vai correr bem pelo que vejo, pelo que sinto. Nem nas eleições diretas, nem na candidatura à Câmara de Lisboa ou à da Figueira da Foz senti uma adesão como a que estou a sentir agora”.
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