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Urgências: “A vida das pessoas não pode esperar pelo controlo do défice"

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, fez um retrato preocupante da situação caótica que as urgências dos hospitais estão a enfrentar por estes dias e teceu duras críticas ao Governo, nomeadamente ao ministro da Saúde, por, pela primeira vez, não terem sido contratados enfermeiros para o período de contingência da gripe.

Urgências: “A vida das pessoas não pode esperar pelo controlo do défice"
Notícias ao Minuto

15:30 - 31/12/17 por Melissa Lopes

País Ana Rita Cavaco

Sublinhando que a Ordem alertou “há menos de dois meses” que ia haver um congestionamento das urgências, Ana Rita Cavaco fala em pessoas desesperadas e de situações de conflito, causadas pelos tempos de espera nas urgências.

Em Faro, por exemplo, onde houve até ameaças com faca a um enfermeiro, os tempos de espera eram superiores a 22 horas para doentes não urgentes e seis horas para doentes muito urgentes. “É inadmissível”, frisou.

Questionada sobre se está instalado o caos nos hospitais, a bastonária disse que, “pelo menos, na maioria do país”, sim. “Ontem tivemos dados de Porto, Braga, Guimarães, Penafiel, Amarante, Coimbra, Leiria, Faro. Só não tivemos ainda de Lisboa mas infelizmente lá chegaremos”, afirmou, admitindo que Faro pode ser o caso mais grave no panorama nacional. “Mas em Coimbra, por exemplo, tínhamos 170 doentes na urgência, 30 à espera de ser triados, não havia controle de infeção, os doentes estão todos misturados (os doentes com meningite, com outras infecções). É impossível de se trabalhar nestas condições”, denunciou ainda a responsável. 

O Notícias ao Minuto reportou ontem uma situação que dava conta de tempos de espera de 11 horas também no Hospital Amadora-Sintra

Ana Rita Cavaco disse ainda que, “infelizmente”, os dados dos tempos de espera nas urgências não corresponde à realidade. “Os dados do portal não correspondem aos dados que os profissionais dentro da urgência vêem dos tempos de espera. O que é uma pena, porque esconder os problemas não os vai resolver”

A bastonária tece ainda críticas à tutela da Saúde, que acusa de não ter acautelado esta situação, uma vez que tal seria possível, quer em número de enfermeiros quer em termos de organização”. “Avisamos em tempo e sr. Ministro fez de conta que não ia acontecer nada”, lamentou, avisando que estamos só no início do pico da gripe e que as condições tendem a agravar-se.

Por fim, Ana Rita Cavaco acusou o Governo de não ter contratado enfermeiros para este período para controlar o défice até ao final do ano. “A vida das pessoas não pode esperar pelo controlo do défice. E foi a primeira vez que isto aconteceu. Nunca Portugal tinha negado a contratação de enfermeiros para o período de contingência da gripe. Daí o sr. Ministro ter que ser questionado”, finalizou.

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