Metas de reciclagem podem ser cumpridas
O secretário de Estado do Ambiente considera difícil mas exequível o cumprimento de metas de reciclagem para 2020 e diz que a aposta é na sensibilização, e admite casos pontuais de recolha porta-a-porta no futuro.
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País Secretário de Estado
Carlos Martins, questionado pela Agência Lusa a propósito de dúvidas sobre o cumprimento das metas de reciclagem lançadas pela associação ambientalista Zero, afirmou: "não temos razões para ter desde já alguma preocupação" relativamente ao cumprimento das metas.
Também à Lusa, a Zero considerou "altamente questionável" o cumprimento das metas de reciclagem se o Governo não seguir uma "alteração radical" de políticas e medidas.
"Ainda há muito caminho a fazer para atingirmos a meta de 50% de reciclagem, em 2020, e, à partida, o cenário [de cumprimento] é altamente questionável", disse Rui Berkemeier, da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero.
Segundo o secretário de Estado, em 1997 também se dizia que os portugueses não conseguiriam atingir as metas europeias mas foram atingidas. E sendo "sem dúvida difícil" Carlos Martins acredita que agora as metas podem ser cumpridas, assim o queiram os portugueses.
"Depende muito mais daquilo que seja o comportamento dos cidadãos e capacidade de sensibilizarmos os nossos cidadãos a terem comportamentos adequados" do que de qualquer estrutura ou de metodologias de recolha, disse.
Rui Berkemeier tinha dito à Lusa que os ecopontos não são solução, defendendo a recolha seletiva porta-a-porta, uma solução que segundo o governante tem sido ponderada e que será avaliada ainda este ano, no âmbito de uma avaliação do Plano Estratégico dos Resíduos Urbanos (PERSU).
"Não entendemos que ela (recolha porta-a-porta) seja generalizável a todo o território nacional, pelo impacto que teria nos municípios" (da organização à capacidade de investimento), mas também pela complexidade, disse o secretário de Estado à Lusa, lembrando que a recolha seletiva é feita maioritariamente pelos sistemas multimunicipais e intermunicipais e que a recolha indiferenciada cabe essencialmente aos municípios.
No entanto, admitiu: "é algo que pensamos poder vir a desafiar os municípios a fazerem, mas sobretudo em núcleos urbanos de elevada densidade populacional".
O tema, disse, foi debatido esta semana na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, e vai ser feito um estudo "a nível de toda a região norte sobre essa matéria", sendo certo que só se implementará o sistema "onde tenha sentido e onde faça sentido".
Quanto a críticas do ambientalista sobre "absurdos" das metas do PERSU Carlos Martins admitiu "alguma proximidade" em relação às observações e prometeu que o assunto iria ser melhor estudado.
"Vamos estuda-las e oportunamente, seguramente até final do ano, estaremos em condições de enunciar aquilo que possam vir a ser metas para os sistemas multimunicipais e intermunicipais baseados num histórico bem mais consistente do que aquele que foi feito no passado", disse Carlos Martins.
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