Uso medicinal e recreativo da canábis devem ser tratados separadamente
O presidente do Serviço de Intervenção dos Comportamento Aditivos e Dependências (SICAD) considera que o uso terapêutico da canábis e o seu uso recreativo são duas questões distintas e que devem ser tratadas separadamente.
© Global Imagens
País João Goulão
"Estão a introduzir-se duas questões que devem ser totalmente separadas", afirmou aos jornalistas João Goulão, numa reação à intenção do Bloco de Esquerda de avançar este ano com um novo projeto-lei para legalizar a canábis com fins terapêuticos por um lado e recreativos por outro.
O presidente do SICAD e perito na área da toxicodependência afirma não ter reservas quanto à legalização da canábis para fins terapêuticos, mas lembra que é matéria para ser tratada por médicos e autoridades da área do medicamento e produtos de saúde.
Já quanto à legalização para fins recreativos, Goulão diz que o debate é legítimo mas não é urgente, sendo preferível esperar pelos resultados de outros países que estão a começar a aplicar a medida.
"Não temos a premência de mudar a todo o custo porque sim ou porque é moderno", afirmou o presidente do SICAD , aconselhando a que se aguarde por resultados das experiências internacionais.
Hoje o jornal Público escreve que o Bloco de Esquerda avança ainda este ano com iniciativas para legalizar a canábis quer para uso terapêutico como para uso recreativo.
A canábis com fins medicinais pode ter impacto nomeadamente no alívio da dor em doenças prolongadas, como as oncológicas.
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