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Tio de Hugo Abreu fala em "impunidade" e em "exército de psicopatas"

A família de Hugo Abreu, um dos alunos do curso de Comandos que perdeu a vida após ter sofrido um 'golpe de calor' durante o treino militar, reagiu à saída em liberdade dos sete arguidos do caso e deixa duras críticas à posição tomada pela Associação de Oficiais das Forças Armadas.

Tio de Hugo Abreu fala em "impunidade" e em "exército de psicopatas"
Notícias ao Minuto

12:35 - 22/11/16 por Notícias Ao Minuto

País Comandos

Dionísio Pita é tio materno de Hugo Abreu, um dos dois militares que morreram após o treino nos Comandos. Dionísio revelou, em conversa com o Notícias ao Minuto, que os pais do jovem estão "furiosos" com o caso, "pois parece que a culpa afinal é dos mortos e dos incapacitados, que um exército de psicopatas provocou, num modus operandi de eterna e intocável impunidade".

O tom da crítica tornou-se mais específico quando se dirige à tomada de posição da Associação de Oficiais das Forças Armadas que, esta segunda-feira, também reagiu ao processo que envolve sete militares, sugerindo que está em curso uma "caça ao homem" e um "julgamento em praça pública inédito em Portugal".

"Teria sido necessário detê-los para que se procedesse às eventuais diligências que tiveram lugar?”, questionou a associação, que ainda no ar a possibilidade de a "senhora procuradora estar a confundir o cenário criado à volta da instrução com a realidade”, criticando ainda o termo constante do despacho - "ódio patológico". 

Ora, para a família de Hugo Abreu, com estas palavras, o presidente da associação foi "despudorado e ofensivo para com as famílias da vítimas indefesas de uma organização de oficiais e sargentos criminosos". Ainda por cima, prossegue Dionísio, "atacaram o Ministério Público e a senhora procuradora que se limitou a aplicar a lei militar".

E de uma coisa o tio de Hugo Abreu tem a certeza: "Sabemos que os arguidos estão a perturbar o inquérito e a intimidar as testemunhas". Considerando que se está a tentar condicionar a ação da Polícia Judiciária Militar, do Ministério Público e da juíza, a família reage com "total repúdio" à posição da associação de oficiais das Forças Armadas, que acusam de ser dirigida por "pessoas que revelaram publicamente não serem dignas de representar os verdadeiros militares".

Em jeito de nota final, Dionísio Pita salvaguarda que a "família considera que o comunicado não representa qualquer posição oficial. Nem do Exército, nem das Forças Armadas, nem do Ministério da Defesa, nem ainda do Comandante Supremo das Forças Armadas, o Senhor Presidente da República".

"Até agora consideramos que todas as instituições se têm manifestado à altura da gravidade dos factos", sendo que "também têm anunciado publicamente que procuram o mesmo que nós: a verdade e justiça", remata.

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