"A União Europeia é a grande derrotada" da nomeação de Guterres
Manuela Ferreira Leite muito crítica da União Europeia, na sequência da candidatura da búlgara Kristalina Georgieva.
© Getty Images
Política Ferreira Leite
António Guterres vai ser o próximo secretário-geral das Nações Unidas. No entanto, após cinco votações, o candidato português correu o risco de perder o lugar para Kristalina Georgieva, a comissária europeia búlgara que fez uma ‘pausa’ no trabalho em Bruxelas para ser a última a entrar na corrida.
“Quem fica muito mal na fotografia é a União Europeia e é lastimável que assim seja. Muitos dos valores que estavam em causa são valores que a Europa devia defender” e não terá sido isso que aconteceu com a candidatura tardia, defendeu Manuela Ferreira Leite no seu espaço de comentário na antena da TVI24.
“Quando se pretende um processo de seleção em que seja o mérito o elemento decisor e não o candidato ficar refém de qualquer tipo de interesses, é um valor que qualquer instituição que se quer credível deve defender. Com a candidatura que fez [de Kristalina Georgieva], nas condições que todos sabemos, era uma candidatura que destruía não só o processo transparente como seria um descrédito para a instituição”, considerou a antiga ministra das Finanças.
Relativamente a António Guterres, “é um feito notável” por parte do português, feito esse que se verifica porque o processo permitiu que a decisão fosse por mérito, o que beneficiou o ex-primeiro-ministro português, salientou ainda Manuela Ferreira Leite, acrescentando que este facto “dá-lhe uma independência e credibilidade que só pode ser útil”.
“A União Europeia é a grande derrotada porque tentou um processo pouco legítimo, muito criticável, contra o que seria a credibilidade das instituições”, situação que “não abona a favor” da União Europeia.
Realçando que, naturalmente, terá tido momentos mais e menos bem conseguidos ao longo da sua carreira, “António Guterres tem uma marca na vida dele: sempre desempenhou funções de serviço aos outros”.
Já sobre o facto de Guterres ter sido uma escolha consensual, terá contribuído para tal “aquela tentativa de ir contra aquilo que era uma regra que estava estabelecida e subverter” o habitual processo de eleição para o cargo de secretário-geral das Nações Unidas.
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