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"Foi a retaguarda e os flancos" de Mário Soares

O histórico socialista António Arnaut evocou Maria de Jesus Barroso, hoje falecida, como uma mulher de "convicção e independência", que era a retaguarda e os flancos de Mário Soares e, "às vezes, até ia à frente" do marido.

"Foi a retaguarda e os flancos" de Mário Soares
Notícias ao Minuto

12:17 - 07/07/15 por Lusa

País Maria Barroso

"Sem ela [Maria Barroso], o Mário [Soares] não tinha sido o que foi. Ela era a retaguarda do Mário. Era os flancos, estava ao lado, estava atrás e, às vezes, até ia à frente", disse à agência Lusa António Arnaut, um dos fundadores do PS, evocando a antiga primeira-dama como "uma grande mulher da cultura, da democracia, do socialismo, da luta anti-fascista e também uma grande mulher de família".

Segundo António Arnaut, Maria Barroso era o grande pilar da família, lembrando que, "sem ela, sem a sua convicção, sem o seu apoio", Mário Soares "não teria dado todos os passos que deu".

Os dois faziam "um par ímpar", numa "comunhão de vida e de valores. Uma verdadeira conjugação", em que Maria Barroso mostrou sempre "uma grande independência de espírito", sublinhou.

Maria Barroso "dizia as coisas com convicção", frisou, socorrendo-se de um episódio decorrido no congresso da fundação do PS, em 1973, em Bad Münstereifel, na então República Federal da Alemanha, em que a antiga primeira-dama foi a única mulher a participar.

Arnaut presidia às votações, que eram feitas uma a uma, quando se procurava aprovar a transformação da Acção Socialista Portuguesa em partido, de forma a integrar a Internacional Socialista.

Maria Barroso votou contra a decisão, da qual "Mário Soares era o grande defensor" e que se mostrou "surpreendido" pelo sentido de voto da sua mulher, conta o pai do Serviço Nacional de Saúde, considerando que esse episódio demonstra "a convicção e independência" da antiga primeira-dama.

Apesar de ter Soares no apelido, "ela é Maria de Jesus Barroso", sublinhou.

Maria de Jesus Barroso, presidente da Fundação Pro Dignitate, fundadora do PS e mulher do ex-Presidente da República Mário Soares, morreu hoje, aos 90 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internada em estado grave desde 26 de junho, na sequência de uma queda, que lhe provocou um traumatismo intracraniano.

O corpo de Maria Barroso Soares vai estar em câmara ardente no Colégio Moderno, em Lisboa, a partir das 18:00 de hoje, realizando-se o funeral na quarta-feira para o Cemitério dos Prazeres, anunciou a família. O funeral seguirá para o Cemitério dos Prazeres após a missa de corpo presente, que terá lugar às 10:00 na Igreja do Campo Grande.

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