"Estamos aqui na zona da Aigra Nova, há aqui um vale, e isto [o fogo] está com alguma intensidade, e está a subir para a zona da Aigra Velha", afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Góis, Rui Sampaio.
Segundo o autarca, os meios no terreno estavam, pelas 09h34, concentrados naquele local, para tentarem, "com intervenção em vários pontos, conter a subida do fogo e a junção no cimo [da serra], que [a acontecer] pode provocar, de facto, situações complicadas".
"Estamos a fazer um esforço de meios, não só dos bombeiros de Góis mas também de outras corporações que aqui estão, da AFOCELCA e máquinas de particulares, e, assim que houver teto, a intervenção de um meio aéreo, para ver se conseguimos aqui contê-lo, porque se passa para o outro lado, então teremos aqui um problema muito grave", relatou Rui Sampaio.
Questionado sobre os meios que se encontram no terreno, o presidente da autarquia respondeu que não é bombeiro, "mas o que se está a fazer é tentar, com os meios disponíveis -- porque há limitação de meios também --, que se consiga juntar um número que possa responder àquilo que é a necessidade que está aqui a verificar-se".
O autarca admitiu que a situação verificada esta manhã no concelho de Góis, no distrito de Coimbra, é "complexa", mas não estão povoações em perigo.
Lembrou que durante a noite e madrugada as aldeias de Aigra Nova e Comareira foram algumas onde o fogo "chegou praticamente até às casas, mas conseguiu-se conter sem haver qualquer dano material em termos de habitações".
Na zona da Ponte de Sótão, no limite dos concelhos de Góis e da Lousã, na sexta-feira, o fogo teve alguma intensidade "mas houve ali um ataque com alguma força, através de meios aéreos e terrestres, e máquinas, e o fogo conseguiu ali conter-se e não progrediu para outras povoações que há ali ao pé, Conhais e Sacões".´
"Neste momento não tenho reporte de nenhum prejuízo em habitação", disse o autarca à Lusa, mas indicou que há sempre pessoas afetadas, porque o concelho de Góis tem uma área florestal muito densa.
Segundo Rui Sampaio, é "natural que haja proprietários que tenham propriedades que tenham sido devastadas pelo fogo e muitos tiram o rendimento também dessas propriedades, [...] mas isso não está ainda quantificado".
Pelas 10h15, de acordo com a página de internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o incêndio da Serra da Lousã estava a ser combatido por 361 operacionais, apoiados por 114 viaturas e um meio aéreo.
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