A informação segundo a qual a reunião semanal entre o chefe de Estado e o líder do executivo terá lugar em Faro, pelas 18h00, em vez de se realizar no Palácio de Belém, como tradicionalmente, foi publicitada quase simultâneo, sendo divulgada primeiro pela Presidência e um minuto depois pelo gabinete do primeiro-ministro.
Este será o primeiro encontro entre ambos após a declaração de inconstitucionalidade pelo Tribunal Constitucional de cinco normas da lei de estrangeiros, com o consequente veto do Presidente da República e devolução à Assembleia da República.
Tanto Marcelo Rebelo de Sousa como Luís Montenegro se encontram a gozar um período de férias no Algarve, tendo o primeiro-ministro tido agenda pública na terça-feira em Faro, dia em que o Presidente prestou declarações aos jornalistas junto à praia de Monte Gordo.
O Presidente da República disse na terça-feira não querer "criar problemas" ao executivo, lembrando que "passa os dias a promulgar leis do Governo", embora realçando que não tem de "fazer de morto" mas sim "estar atento àquilo que se passa".
O chefe de Estado defendeu que o Governo, suportado por uma coligação que "ainda por cima não tem maioria absoluta", não deve ter um Presidente da República "preocupado em criar problemas".
O encontro entre o Presidente e o primeiro-ministro acontece igualmente numa altura de incêndios, em que o Governo alargou o estado de alerta por um período de 48 horas, até às 23h59 de sexta-feira, em função da previsão meteorológica de tempo quente e seco.
O anúncio do prolongamento desse estado de alerta foi feito pelo primeiro-ministro na terça-feira, em Faro, ocasião em que manifestou solidariedade com a população afetada pelos incêndios que se têm registado pelo país há mais de uma semana e deixou também um agradecimento a todas as forças de segurança, proteção civil e bombeiros que têm participado no combate.
Nas declarações que prestou na terça-feira, o Presidente da República lembrou também a promessa da ministra da Saúde de fazer o que pudesse para resolver os problemas nas urgências de obstetrícia e ginecologia, e disse esperar progressos até ao "fim do verão".
Na segunda-feira, no Carregado, concelho de Alenquer, uma mulher teve o parto na rua, um caso que levou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, a solicitar à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) a abertura de um processo de inquérito.
[Notícia atualizada às 11h47]
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