De acordo com a proposta que vai a votos na reunião de Câmara de segunda-feira, será votada a "restrição de circulação das 6h00 às 20h00, todos os dias, sendo neste horário apenas permitida a circulação dos veículos autorizados", que no caso são os transportes públicos e velocípedes.

Assim, na prática, a Câmara de Gaia abre a porta ao tráfego rodoviário geral no restante horário noturno, entre as 20h00 e as 6h00, alterando as regras em vigor desde 14 de abril, data da reabertura do tabuleiro após obras de reabilitação, que reservam a circulação ao aos transportes públicos e velocípedes durante 24 horas.

Nos documentos técnicos a que a Lusa teve acesso, esclarece-se que a proposta pretende "maximizar a utilização da infraestrutura em benefício de todos", permitindo "a circulação de outros veículos entre as 20h00 às 6h00".

Os documentos indicam ainda que foram realizadas pelo menos três reuniões entre as câmaras do Porto e Gaia, e a sinalização proposta, "caso seja aprovada, deverá ser colocada em simultâneo com a sinalização a colocar pela Câmara Municipal do Porto".

Segundo os documentos a que a Lusa teve acesso, no dia 12 de julho, técnicos da Câmara de Gaia referem que o horário proposto "mereceu a concordância dos dois municípios", apesar de não terem, à data, "rececionado a validação formal da aceitação do horário em que se pretende manter a restrição à circulação".

"Foram levadas em consideração contagens (no tabuleiro inferior, ambos os sentidos, de: veículos (autorizados e não autorizados), velocípedes e peões) realizadas pela Câmara Municipal do Porto [...], nas quais se verifica uma considerável redução do tráfego pedonal a partir das 20h00", pode ler-se no documento da Câmara de Gaia.

Nas contagens, a que a Lusa também teve acesso, realizadas a um sábado e a uma segunda-feira de junho (dias 10 e 12), a hora de maior fluxo de peões, ao sábado, foi entre as 18h00 e 19h00 (13.898 pessoas), seguidas de entre as 17h00 e 18h00 e 19h00 e 20h00 (com cerca de 7.100 em cada faixa horária).

Noutro sábado de menor afluência à ponte (17 de junho) registaram-se 2.801 peões na travessia entre as 18h00 e 19h00 e 2.592 peões entre as 19h00 e 20h00, números que baixaram para menos de 1.600 no restante período noturno (até à meia-noite), ao passo que na segunda-feira seguinte (dia 19) o número de peões não superou os 1.500 entre as 18:00 e a meia-noite.

Quanto a bicicletas, o período de maior afluência nas contagens realizadas em 10 e 12 de junho foi entre as 10h00 e as 12h00, tendência que se verificou tanto no sábado 10 (máximo de 267 veículos) como na segunda-feira 12 (máximo de 105).

Os veículos de transporte público (que incluem táxis) também registaram maior afluência no sábado dia 10 entre as 18h00 e as 20h00 (máximo de 76 veículos), e à segunda-feira a maior intensidade deu-se entre as 16h00 e as 20h00 (máximo de 59 veículos).

Já o tráfego de veículos não autorizados também atingiu a maior proporção ao sábado entre as 18h00 e 20h00 (124 e 123 veículos em cada hora, respetivamente), e à segunda-feira os números maiores registaram-se entre as 19h00 e as 21h00 (62 e 65, respetivamente).

No dia 10 de maio, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse que o tabuleiro inferior da ponte Luiz I, que liga a cidade a Gaia, continuaria "com a utilização que está", ou seja, para a mobilidade suave e transportes públicos.

No dia 08, o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, disse que o balanço da reabertura da ponte apenas à circulação de transportes públicos, bicicletas, táxis e peões era "superpositivo".

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