Governo "tem o dever" de usar excedente para medidas sociais ambiciosas
A UGT defendeu hoje que o Governo "tem o dever" de aproveitar parte do excedente que tem registado para adotar medidas sociais mais ambiciosas que assegurem mais estabilidade à classe média, segundo um comunicado divulgado pela organização.
© Lusa
País UGT
Numa resolução aprovada no secretariado nacional da estrutura sindical, a UGT disse que "o Governo tem o dever de aproveitar parte deste excedente para adotar medidas sociais mais ambiciosas, mais estruturais e que garantam à classe média uma maior estabilidade no atual contexto".
Para a UGT, o executivo deve apostar em "prestações sociais que respondam à quebra de rendimento disponível dos agregados familiares, uma atuação sobre a banca e sobre as taxas de esforço nos créditos à habitação ou uma redução fiscal que permita uma redução de preços em bens essenciais".
"O Estado, no momento em que apresenta um excedente orçamental significativo, não pode continuar a agir como os piores empregadores, para os quais a distribuição de riqueza nunca tem um momento certo, em virtude de ora se encontrar em crise, ora de ser necessário acautelar a crise futura", defendeu a UGT.
Segundo a organização, o "aumento de salários é e continuará a ser a prioridade para os trabalhadores portugueses", mas "um excedente orçamental como o já verificado, e sobretudo num quadro de dificuldades para muitas famílias, para quem os seus salários são insuficientes para fazer face às despesas crescentes, coloca o Governo perante o imperativo de assumir mais responsabilidades, abandonar algumas cautelas e fazer mais, fazer melhor e fazer com mais alcance".
A entidade disse que "não aceita e refuta veementemente as recentes declarações da Presidente do BCE [Christine Lagarde] que, à semelhança do que aconteceu em crises anteriores, vem a Portugal dizer que são os salários e a proteção social que devem ser sacrificados enquanto outros ganham milhões".
A UGT exigiu ainda "a aplicação do acelerador de progressões a todos os trabalhadores, independentemente da natureza do vínculo, como primeira medida para encetar a recuperação salarial e a valorização das carreiras na Administração Pública" bem como maiores aumentos para os trabalhadores do setor bancário.
O Estado registou um excedente de 722 milhões de euros até maio, em contabilidade pública, uma melhoria de 1.046 milhões de euros face ao período homólogo de 2022, divulgou hoje o Ministério das Finanças.
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