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Embaraço com Lula? "Não fazemos disto nenhum tipo de drama"

Ministro dos Negócios Estrangeiros português disse não ser surpresa que a política externa brasileira difira da política externa portuguesa.

Embaraço com Lula? "Não fazemos disto nenhum tipo de drama"

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, defendeu, esta segunda-feira, relativamente à polémica sobre as declarações do presidente brasileiro em relação à guerra na Ucrânia, que o Governo português "não faz nenhum tipo de drama" das diferenças entre a política externa brasileira e a política externa portuguesa.

Algo, aliás, que "não é propriamente uma surpresa para quem quer que seja".

Em declarações aos jornalistas, Gomes Cravinho rejeitou que pudesse tratar-se de um "embaraço" receber Lula da Silva no dia 25 de abril, em que está marcada uma sessão com o presidente brasileiro no Parlamento, antes da sessão solene do 25 de Abril.

"Como poderíamos estar embaraçados com as posições dos outros? Poderíamos estar embaraçados com as nossas posições, se elas o permitissem, mas elas são claras", argumentou o ministro.

Gomes Cravinho disse que não deve ser feita "confusão entre aquilo que são as relações estado a estado entre Portugal e Brasil, profundas, que têm 200 anos e que passaram por imensos momentos de grande diversidade" e "aquilo que é a atual conjuntura".

"Nós temos uma posição muito clara, o Brasil é um país soberano, desenvolve também as suas posições. Sabe-se que não são perfeitamente homogéneas com as posições portuguesas, mas isso não obsta minimamente que haja uma relação muito forte, de grande proximidade e que terá agora com a visita do presidente Lula uma nova oportunidade de intensificação", garantiu o ministro.

Lula da Silva realizou uma visita de dois dias à China, onde reatou laços com o regime de Pequim, que tinham esfriado sob a governação de Jair Bolsonaro. "Acima de tudo, temos de convencer os países que fornecem armas, que encorajam a guerra, a parar", reiterou o chefe de Estado brasileiro, que recebeu críticas - e elogios - dos diferentes setores políticos pela sua posição sobre o conflito armado na Ucrânia.

Após a visita a Pequim, Lula publicou um 'tweet' onde afirma que "começar uma guerra é uma decisão de um país" e sair "é uma decisão de dois" países, garantindo estar a "criar um grupo de países interessados na paz", propondo uma cimeira política do G20, com o apoio do presidente chinês e do Emir dos Emirados Árabes Unidos, onde esteve em visita de Estado.

Portugal está com especial atenção às palavras do chefe de Estado brasileiro, que vai discursar na Assembleia da República no próximo 25 de Abril, causando críticas da Direita, que o acusam de não denunciar as ações do Kremlin na Ucrânia, mas também entre a Esquerda, que o acusa de perpetuar a polarização do assunto.

Leia Também: Quem confunde Lula e relação com Brasil "não está à altura de cargos"

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