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Feira já tem projeto para novo edifício da câmara com ideia "poderosa"

A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira revelou hoje que será de Carvalho Araújo o projeto de arquitetura para o seu novo edifício, que concentrará num mesmo espaço serviços atualmente dispersos por cerca de 20 imóveis.

Feira já tem projeto para novo edifício da câmara com ideia "poderosa"
Notícias ao Minuto

13:15 - 18/10/22 por Lusa

País Santa Maria da Feira

A escolha dessa autarquia do distrito de Aveiro foi decidida após um concurso de ideias internacional que recebeu 32 candidaturas e avaliou 24, já que oito concorrentes foram excluídos por não cumprirem requisitos prévios como o que o obrigava à submissão das propostas sob anonimato.

A avaliação dos projetos admitidos coube depois a um júri constituído por um representante da Ordem dos Arquitetos, um delegado da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e, da parte da câmara municipal, o chefe da Divisão de Projetos, o responsável pelo Departamento de Obras Públicas e o próprio presidente da autarquia, Emídio Sousa.

Em declarações à Lusa, foi esse a garantir: "A proposta vencedora reuniu um largo consenso entre os elementos do júri e foi aprovada por unanimidade, porque efetivamente respeita o que pretendíamos e fá-lo com uma ideia poderosa, estabelecendo uma boa ligação entre o Hospital São Sebastião e o Castelo da Feira, através de um edifício de traça simples, mas com um desenho muito coerente e implantado numa praça cheio de potencial".

Emídio Sousa realça que outro mérito do projeto apresentado pelo gabinete J. M. Carvalho Araújo - Arquitectura e Design, S.A., com sede em Braga, é o facto de propor uma "solução extraordinária" para a diferença de cotas entre as duas frentes do terreno de 21.000 metros quadrados onde ficará localizada a nova câmara -- nomeadamente a Rua Engenheiro Duarte Pacheco, de cota mais elevada, e a Avenida 25 de Abril, de nível mais baixo.

Reconhecendo que o terreno junto ao quartel dos Bombeiros Voluntários da Feira vem há anos sendo utilizado como estacionamento público, o autarca assegura que, mesmo depois de transformado "numa grande praça para acesso a vários serviços municipais", o espaço continuará a proporcionar uma grande oferta de aparcamento, já que o projeto de Carvalho Araújo também cumpre o requisito de prever dois pisos subterrâneos para parque automóvel.

"Se o novo estacionamento vai ser pago ou não, isso é uma questão que só analisaremos mais à frente, mas certo é que quem estacionava ali durante a [recriação histórica] Viagem Medieval, o [festival] Imaginarius ou o [parque temático temporário] Perlim, vai poder continuar a fazê-lo e até com mais lugares disponíveis e melhores condições", diz Emídio Sousa.

O projeto arquitetónico será agora revisto para ajustes técnicos, seguindo-se a abertura do concurso para adjudicação da empreitada. Se tudo decorrer sem imprevistos, o autarca afirma que "a obra é para arrancar em 2024 e depois deve demorar uns dois anos a ficar concluída".

Segundo adianta o gabinete de arquitetura de Carvalho Araújo, o edifício da nova Câmara Municipal da Feira integrará 11 pisos, dos quais dois subterrâneos, um de nível térreo com uma área de implantação mais ampla do que a torre principal e enquadrada por arcadas, e oito andares totalmente à superfície -- numa estética dominada pelo vidro, privilegiando "luz, ventilação e vistas" em todo o perímetro do imóvel.

A propósito do rés-do-chão enquadrado por arcadas, a memória descritiva do projeto nota que esse "movimento de uma praça única que se deforma e incorpora no piso zero" visa possibilitar usos diferenciados para a nova plataforma entre a Avenida 25 de Abril e a Rua Duarte Pacheco, para que no mesmo local se combine, por um lado, a "imponência" da nova câmara e, por outro, o "registo de intimidade" de diferentes recantos, largos e espaços verdes.

Grande parte do terreno de 21.000 quadrados está reservada para árvores e vegetação, com o que o arquiteto pretende criar "um efeito de bosque de lazer que permita desenvolver atividades secundárias e garantir conforto adicional aos espaços exteriores", estabelecendo ainda "um equilíbrio com a envolvente", para acomodar devidamente a transição de escalas entre a praça nova e as habitações adjacentes.

Em termos práticos, isso viabilizará, por exemplo, "refúgios para dias mais quentes, pequenas feirinhas e zonas de estar", sem impedir a autonomia necessária da praça quando a cidade acolher "eventos de ocupação mais densa".

Quanto a eficiência energética, o projeto de Carvalho Araújo admite que "as alterações climáticas resultam em grande medida das emissões de gases de efeito de estufa" e, para atenuar o peso da produção de energia no aquecimento global, propõe climatização baseada em bomba de calor de elevada eficiência, tratamento de ar com recuperação de energia e "free-cooling", e sistemas de iluminação assentes em soluções LED e controlo automático -- ficando entretanto em estudo a implementação de energia solar fotovoltaica.

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