Sócrates reage a decisão do MP: "Ridículo. Vou continuar a ir ao Brasil"
Antigo primeiro-ministro acusou o MP de estar a dirigir contra si uma "vingança" por não aceitarem a "decisão instrutória".
© Reuters
País Operação Marquês
O antigo primeiro-ministro e arguido na Operação Marquês, José Sócrates, reagiu à decisão do Ministério Público (MP) de agravar as suas medidas de coação para apresentações quinzenais na GNR da Ericeira, posto da sua área de residência.
À CNN Portugal, Sócrates acusou o MP de estar a agir por "vingança" por não aceitarem a "decisão instrutória que pôs por terra todas as mentiras que andaram a dizer durante seis anos".
"Não há como olhar para isso senão com um misto de indignação, mas também de ridículo. Há oito anos prenderam-se com base no perigo de fuga. Eu ia a entrar no país, não ia a sair. Já aí ficou ridículo, agora oito anos depois?", frisou o engenheiro técnico.
Durante este período, reforçou Sócrates, sempre viveu em Portugal e, agora, "toda a gente soube" que está "a tirar um doutoramento no Brasil".
"Isto é puro abuso, é pura violência"
"Acho é que eles [Ministério Público] perderam qualquer sentido de pudor, qualquer sentido de que o exercício do seu poder deva ter a ver com a lei, com a justiça. Isto é puro abuso, é pura violência. É até uma certa vingança porque nunca aceitaram a decisão instrutória", sublinha.
O ex-primeiro-ministro questionou ainda o que pretendem com o agravamento destas medidas de coação do processo extraído do processo principal da Operação Marquês.
"Vou continuar a ir ao Brasil"
"Querem impedir-me de tirar o doutoramento no Brasil?", questiona logo admitindo que a decisão não impedirá de seguir com os seus objetivos.
"Vou continuar a ir ao Brasil e lá arranjarei forma de tirar o doutoramento porque isto é pura e simplesmente um ato de violência, de agressão, de perseguição", apontou Sócrates.
O engenheiro considerou ainda que "tudo isto é ridículo, mas tudo isto é grave porque significa que estamos a caminho de um Estado policial se ninguém trava esta gente".
Refira-se que José Sócrates viu, esta sexta-feira, as suas medidas de coação serem agravadas pela juíza uma vez que a magistrada considerou que haveria perigo de fuga do antigo líder do executivo. Em causa estão as viagens do engenheiro ao Brasil, por mais de cinco dias, sem comunicar à Justiça.
Entenda-se que, estando sujeito a Termo de Identidade e Residência, no âmbito do processo da Operação Marquês, Sócrates tem de comunicar à Justiça sempre que sai do país, seja qual for o destino, caso o período da viagem seja superior a cinco dias.
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