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"Não estamos ainda em condições de ter uma missão de paz na Ucrânia"

Os ministros da defesa dos diferentes países pertencentes à NATO reuniram-se, esta quarta-feira, em Bruxelas.

"Não estamos ainda em condições de ter uma missão de paz na Ucrânia"

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, esteve, esta quarta-feira, em Bruxelas, na Bélgica, para uma reunião com os restantes ministros da defesa dos países pertencentes à NATO, onde se discutiu não só o conflito entre a Rússia e a Ucrânia como a defesa e dissuasão da organização a médio e longo prazo.

João Gomes Cravinho reiterou que embora a NATO não queira nenhum conflito com a Rússia, "não hesitará em responder se houver qualquer incursão ou ataque contra o seu território" e que, até agora, tem-se registado "uma grande satisfação com a capacidade de trabalho conjunto entre a União Europeia e a NATO".

O ministro explicou que a abordagem 360 graus "continua a ser muito válida" e será por aí que passará o futuro. Apesar de a organização "estar muito concentrada atualmente na Rússia, não é uma organização monotemática", disse, esclarecendo que "é uma organização que tem como objetivo fundamental assegurar a defesa dos seus aliados".

Nas suas palavras, a NATO está a “começar a olhar para a postura de defesa e dissuasão a médio e longo prazo”, sendo que, na cimeira de Madrid, João Gomes Cravinho acredita que “serão adotadas novas orientações”, resultantes “da situação que vivemos e da necessidade de uma revisão do conceito estratégico”.

O ministro defende que “a NATO do futuro tem de estar adaptada a todas as possibilidades”, porém admite que “é fundamental manter o sangue frio”.

“Infelizmente, não estamos ainda em condições de ter uma missão de paz na Ucrânia. Seria fundamental termos um cessar-fogo e, para isso, é essencial que a Rússia aceite parar o ataque à Ucrânia e começar o processo de retirada”, explicou o ministro, salientando que a NATO não quer um conflito com a Rússia, contudo, “a Rússia será responsabilizada por tudo aquilo que tem feito e que vier a fazer na Ucrânia”.

O ministro também admitiu que não tem dúvidas de que os chefes de Estado e de governo reunidos de forma urgente "passa um sinal fortíssimo" e que a unidade e determinação são "ambos pontos fundamentais porque a força de uma aliança vê-se não nos tempos de bonança, mas nos tempos de crise". Gomes Cravinho frisou que "a NATO está hoje extremamente unida e determinada”, acrescentando que não aceitará que Putin "tenha uma vitória estratégica na Ucrânia, terá que ter um fracasso estratégico".

Defesa em Portugal? "Terá de ser devidamente contemplada"

Quanto ao próximo Governo, Gomes Cravinho defende que "terá que ter uma reflexão profunda" sobre as prioridades de despesa do país que, com um quadro macroeconómico alterado, "terá exigências complicadas", mas a Defesa "terá de ser devidamente contemplada".

Portugal, neste momento, tem um compromisso de 1,68% do PIB em despesas de Defesa até 2014, recordou o ministro, mencionando que pensa que "o novo Governo vai querer rever e pensar no pós 2024".

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