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Ministro quer indústria do calçado a andar "mais depressa"

O ministro do Ambiente defendeu hoje, no Centro Tecnológico do Calçado de Portugal (CTCP), que aquele setor tem que andar "mais depressa" do que a sociedade atual para promover negócios diferenciadores e convencer o consumidor a preferir biomateriais.

Ministro quer indústria do calçado a andar "mais depressa"
Notícias ao Minuto

19:26 - 01/02/21 por Lusa

Economia Ambiente

A intervenção de João Pedro Matos Fernandes decorreu no âmbito de um ciclo de seminários online a decorrer esta semana por iniciativa do CTCP e da APICCAPS - Associação Portuguesa Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Sucedâneos, entidades que assim pretendem dar a conhecer os primeiros resultados do programa lançado em 2020 para reforço da sustentabilidade ambiental do setor.

"Sob o ponto vista estritamente negocial, é esta perspetiva de a economia andar mais depressa do que a sociedade que nos vai dar um negócio diferenciador no futuro próximo", disse o governante.

"É preciso caminhar depressa sem usar os sapatos do passado - temos que usar o calçado do futuro e esse é certamente feito com biomateriais, vem da reciclarem, reduziu para metade a água utilizada no seu processo de fabrico e, quando alguém se fartar dele, ainda pode ter um novo uso", explicou.

Matos Fernandes rejeitou que a economia circular garanta a salvação do planeta se, além dos esforços ao nível de eficiência hídrica e material, não envolver também estratégias ecoconscientes em termos de design de produto, ciclo de vida e reparabilidade.

"A perspetiva tem que ser completa, de se usar sempre a menor quantidade de recursos possível, de se caminhar para um mundo sem resíduos, de se adotar uma ambição de poluição zero", argumentou.

Assumindo não adotar uma "visão neutra ou agnóstica" do tema, o ministro deu a entender que a pandemia de covid-19 deve ser encarada como uma oportunidade para a responsabilização ecológica.

"A economia não pode crescer como cresceu no passado ou vai dar cabo disto tudo; a aposta na eficiência material é absolutamente essencial", disse.

"Os problemas de poluição são aqueles com que durmo melhor porque têm sempre uma solução técnica. Já quanto a materiais, quando a matéria-prima acabar, acabou", frisou.

O governante recomenda que a indústria do calçado dê prioridade a produtos inovadores, diferenciados e "de nicho" para influenciar o consumidor e lhe incutir novas escolhas, na consciência de que "a moda sustentável está a conquistar cada vez mais adeptos e isso não é apenas devido a certificações ambientais".

Maria José Ferreira, diretora de Investigação e Qualidade no CTCP, reforçou essa perspetiva ao referir que o plano de ação desenvolvido nos últimos 12 meses junto de vários agentes do setor já permitiu apontar como tendências de mercado a preferência pelo "slow fashion" - conceito de "moda lenta" com métodos que reflitam respeito pelos seres humanos, pelo ambiente e pelos animais - e também uma predileção por materiais biológicos.

Nesse último caso, por exemplo, vem-se afirmando o recurso a couro controlado, cortiça e madeira, a lã e algodão certificados, e a borracha de florestas sustentáveis, sendo que esses materiais são muitas vezes processados em fase de montagem ou acabamento também com farinha de castanha rejeitada e gordura de aves.

Outras matérias-primas que se vêm afirmando no tratamento de curtumes são o chamado licor negro, que é um subproduto do papel, e o glicerol de engorduramento, que deriva do biodiesel.

Quanto à reaplicação de materiais que viabilizem uma economia efetivamente circular, a diretora de investigação do CTCP mencionou igualmente a crescente opção por calçado polimérico, à base de artigos já usados e novamente transformados em sapatos, e a procura por produtos de conceção multimaterial, nos quais há matérias não-tradicionais reincorporadas em novos componentes ou utilizadas em novas aplicações.

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