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Inseminação 'post mortem': "Estou orgulhosa do meu país", diz Ângela

"Quero ter o meu filho não é para preencher qualquer vazio é porque eu quero ser mãe, nós queríamos ser pais", sublinhou. Hugo morreu em 2019 com cancro.

Inseminação 'post mortem': "Estou orgulhosa do meu país", diz Ângela
Notícias ao Minuto

17:15 - 23/10/20 por Notícias Ao Minuto

País Ângela Ferreira

No dia em que o Parlamento aprovou a inseminação 'post mortem', Ângela Ferreira, a mulher que quer engravidar do marido, Hugo, que morreu em 2019 com cancro, deu uma entrevista à TVI24 onde reagiu à decisão dos deputados. "Depois de tudo o que num processo destes nos é tirado, depois de nos tirarem tanto, isto é quase devolver um bocadinho da justiça e da paz que precisamos", começou por afirmar.

Questionada sobre porque nunca desistiu, Ângela explicou que ela e o marido já tinham "iniciado o processo". "Era um plano a dois, não foi nada de que me lembrei só porque sim. E nunca tivemos conhecimento que não era possível depois de o Hugo falecer. Quando soube, na mesma hora soube que não podia mas se quisesse fazer uma fertilização independente de um homem que estivesse vivo ou morto, eu podia". 

Até hoje, prosseguiu, "continuo na mesma situação" e mesmo "as pessoas que continuam a votar contra continuam sem me dar uma justificação do porquê de eu poder fazer se não conhecer o homem, mas quando é o meu marido eu não posso fazer". 

Já sobre como foi todo o percurso até esta aprovação na generalidade, Ângela assumiu que teve "bastante medo" quando fez a reportagem para a TVI onde o seu caso foi tornado público. "Expôr-me desta forma é muito difícil. E, no início, quando comecei a receber o carinho das pessoas... ficava sem jeito. Mas no dia de hoje estou contente e orgulhosa. Orgulhosa de mim, de toda a equipa que me ajudou e, principalmente, orgulhosa do meu país". 

"O Guilherme, se acontecer, quando acontecer, acho que um dia que tenha entendimento e que perceba o que foi feito para ele estar cá, ele vai ter um orgulho imenso tanto na mãe como no pai", explicou sobre o futuro. 

Ângela reiterou ainda que não tem "necessidade de preencher nada": "Quero ter o meu filho não é para preencher qualquer vazio é porque quero ser mãe, nós queríamos ser pais. E faz todo o sentido que seja um filho do amor da minha vida"

Recorde-se que, esta sexta-feira, a maioria dos partidos uniu-se à luta desta mulher que pretende engravidar do marido falecido e aprovou a procriação medicamente assistida 'post mortem', iniciativa contestada pelo PSD para quem "as crianças têm direito a ter um pai".

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