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Doentes gastam quase 5,5 horas para levantar medicação no hospital

Os doentes gastam, em média, quase cinco horas e meia e mais de 14 euros por cada ida ao hospital para levantar medicação, indica um estudo hoje divulgado.

Doentes gastam quase 5,5 horas para levantar medicação no hospital
Notícias ao Minuto

12:41 - 24/09/20 por Lusa

País Saúde

O Índice de Saúde Sustentável, desenvolvido anualmente pela NOVA Information Management School (NOVA-IMS), analisou este ano pela primeira vez a dinâmica da dispensa de medicamentos em farmácia hospitalar e concluiu que os doentes gastam cerca de 185 milhões de euros por ano para levantar medicamentos em farmácia hospitalar (36MEuro em deslocações e 149MEuro representam o valor económico do tempo despendido).

De acordo com o estudo, cerca de 89,8% dos inquiridos tomaram medicamentos no último ano. Desses 66,5% fazem terapêutica regular. Dos doentes que fazem terapêutica regular, 6,4% dependem de medicamentos de dispensa exclusiva em farmácia hospitalar.

"A maioria dos doentes que depende de medicamentos de dispensa hospitalar (85,7%) levanta os medicamentos no mesmo hospital onde tem consultas, 14,3% levantam num outro hospital", refere o estudo, que indica que, em média, os doentes fazem mais de sete deslocações ao hospital por ano para levantamento dos medicamentos.

Para cada uma dessas idas ao hospital, o doente gasta, em média, 14,30Euro e cinco horas e 27 minutos (quatro horas e 10 minutos em deslocações e uma hora e 17 minutos em tempo de espera no hospital).

Os hospitais, por seu lado, gastam 14 milhões de euros por ano com a dispensa dos medicamentos em farmácia hospitalar (valor económico do tempo despendido por parte do hospital considerando apenas a entrega de medicamentos e 30 minutos por entrega).

No total, contabilizando os custos de utentes e hospitais, a dispensa de medicamentos em farmácia hospitalar representa um custo anual de 199 milhões de euros.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador do estudo, Pedro Simões Coelho, diz que o valor do tempo que os doentes demoram para levantar medicamentos nos hospitais (deslocações e tempo de espera na unidade hospitalar) foi o que mais o surpreendeu.

"Muitas pessoas vivem em localidades muito longe do hospital onde têm de fazer o levantamento. Por outro lado estas pessoas muitas vezes têm fragilidades (...) e houve vários casos de pessoas que dizem que para fazer o levantamento do medicamento no hospital vão de véspera", afirmou, lembrando que algumas das experiências feitas na pandemia, como a entrega destes medicamentos ao doente em casa ou através da farmácia de comunidade, permitem flexibilizar as atividades e retirar os doentes do hospital quando tal não é necessário e devem manter-se.

"Se há alguma de bom ficar da pandemia é esta aprendizagem para podermos tornar o sistema mais flexível", acrescentou.

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