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Açores. Autoridade de Saúde acusa serviços prisionais de não cooperarem

O responsável máximo da Autoridade de Saúde Regional dos Açores acusou hoje a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais de não ter permitido que os reclusos do arquipélago fossem testados à covid-19 antes de serem libertados.

Açores. Autoridade de Saúde acusa serviços prisionais de não cooperarem
Notícias ao Minuto

19:43 - 21/04/20 por Lusa

País Covid-19

"Nós contactámos os estabelecimentos prisionais no sentido de pedir a colaboração dos mesmos para que os reclusos não fossem libertados antes da realização de testes de diagnóstico para despiste de infeção pelo novo coronavírus. Da parte da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais não houve essa recetividade para o efeito", avançou hoje o responsável.

Tiago Lopes falava, em Angra do Heroísmo, no ponto de situação diário sobre a evolução do surto de covid-19 nos Açores.

Na segunda-feira foram detetados dois casos positivos de covid-19 em ex-reclusos do Estabelecimento Prisional de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, que tinham sido libertados ao abrigo do perdão de penas, devido à pandemia, e já se encontravam em confinamento numa unidade hoteleira na ilha de São Miguel.

Segundo Tiago Lopes, a Autoridade de Saúde Regional pretendia que os testes de despiste fossem realizados antes de os reclusos serem libertados, mas, perante a "não colaboração" da direção-geral, o rastreio foi feito posteriormente.

"Da nossa parte, fizemos o que estava ao nosso alcance, atendendo a que os estabelecimentos prisionais não são tutelados por nenhum organismo da região. Tentámos interceder junto de quem de direito para que houvesse essa colaboração, não existindo, fizemos então os testes de despiste 'a posteriori' e temos estado a acompanhar a situação destes cidadãos", frisou.

O responsável da Autoridade de Saúde dos Açores disse, no entanto, que, após terem sido conhecidos estes dois casos positivos, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais autorizou que todos os reclusos libertados a partir de agora possam ser sujeitos aos testes de diagnóstico para despiste de infeção pelo novo coronavírus.

Já terão sido libertados, ao abrigo do perdão de penas, mais de 60 reclusos nos Açores, alguns dos quais residentes noutras ilhas que não as dos estabelecimentos prisionais.

De acordo com Tiago Lopes, "a maior parte" destes ex-reclusos "já foi identificada" e testada, tendo tido "resultado negativo", mas nem todos terão ficado em confinamento obrigatório numa unidade hoteleira.

"Os que tinham residência na própria ilha foram acompanhados pela delegação de saúde e foram-lhes dadas orientações e recomendações para que soubessem de antemão que poderiam estar infetados e depois serem contactados para fazerem a respetiva análise laboratorial", apontou.

O responsável da Autoridade de Saúde Regional salientou, por outro lado, que foram também transferidos para a região, em voos comerciais da TAP, reclusos libertados no território continental que ainda estão a ser identificados, para que possam ser testados.

"Houve uma falha de comunicação do continente para com a região no que diz respeito a esses que cá chegaram", apontou.

Desde o início do surto foram confirmados 131 casos de covid-19 nos Açores, 109 dos quais ativos, tendo ocorrido 15 recuperações (seis na Terceira, quatro em São Miguel, quatro em São Jorge e uma no Pico) e sete mortes (em São Miguel).

A ilha de São Miguel é a que regista mais casos até ao momento (93), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (cinco).

Hoje não foram registados novos casos na região, mas foram realizadas 471 análises, estando ainda a aguardar por recolha de amostra ou resultados 907 pessoas.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 172.500 mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios. 

Em Portugal, morreram 762 pessoas das 21.379 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

Os dados da Autoridade de Saúde Regional dos Açores têm por vezes sido diferentes dos anunciados para a região pela DGS, mas a entidade açoriana realça que os números a registar são os seus.

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