Santos Silva regista intensificação das relações com África do Sul
O chefe da diplomacia portuguesa disse na sexta-feira à Lusa que nos últimos anos não houve um encontro de alto nível com a África do Sul, mas que o relacionamento entre os dois países regista agora uma intensificação.
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País Augusto Santos Silva
No final de uma reunião em Pretória com a ministra das Relações Internacionais e Cooperação sul-africana, Naledi Pandor, Augusto Santos Silva classificou o encontro muito rico, tendo sido abordadas coisas práticas.
"Portanto, eu diria que não é que uma nova era se anuncia, mas que houve um clique, uma subida de nível da intensificação do relacionamento, tornando a vida do senhor embaixador ao mesmo tempo mais fácil e mais trabalhosa", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros à Lusa no final de uma visita de dois dias à África do Sul, a economia mais industrializada do continente africano.
Segundo Santos Silva, "há vários anos" que não havia "um encontro de alto nível entre Portugal e a África do Sul", salientou.
"Há pelo menos sete anos que não se fazia, o que é um pouco estranho, uma vez que há objetivamente uma grande convergência entre os dois países na cena internacional", declarou.
Para o ministro português, "há uma leitura muito semelhante que os dois países fazem em relação à situação africana e deste cone sul de África, e Portugal tem aqui um interesse direto, que é a comunidade de centenas de milhares" de portugueses.
"(...) Portanto, este estado de suspensão termina hoje", vincou o chefe da diplomacia portuguesa.
Questionado pela Lusa sobre o que é que os portugueses residentes na África do Sul podem agora esperar de Lisboa: "Julgo que os nossos compatriotas estarão muito satisfeitos, desde logo porque as autoridades sul-africanas fizeram questão de, publicamente, antes da reunião e imediatamente após a reunião ter terminado, de emitir declarações públicas tratando a comunidade portuguesa em termos inultrapassáveis", referiu.
Augusto Santos Silva considerou que a forma como as autoridades sul-africanas apresentam a comunidade portuguesa - "como um exemplo desta ideia arco-íris da África do Sul una na sua diversidade - são termos que me parecem absolutamente inultrapassáveis".
"O cuidado que a senhora ministra teve em perguntar-me como se sentia a comunidade, que problemas é que experimentava é prova de uma relação muito carinhosa", acrescentou.
Sobre a cooperação bilateral, Santos Silva disse que a mensagem principal que leva "é a importância que a África do Sul concede a maior investimento de empresas portuguesas neste país".
Quanto à presidência portuguesa da UE e a conciliação de agendas com a presidência sul-africana da União Africana, o governante português referiu que "são coisas muito práticas".
"Se nós já construímos o mercado único na União Europeia e se a União Africana está agora a construir um mercado continental baseado nas regras do comércio livre, está-se mesmo a ver que o próximo passo será pôr em cima da mesa de negociações entre os dois blocos um acordo entre os dois blocos", explicou.
Augusto Santos Silva sublinhou também que relativamente à cooperação bilateral com a África do Sul, a prioridade "número um" é expandir e desenvolver o ensino do português, quer no sistema de ensino básico e secundário, quer nas instituições de ensino superior, tendo nesse âmbito renovado o protocolo de cooperação com a Universidade Wits, em Joanesburgo.
O governante adiantou ainda que os dois países vão assinar no próximo mês de março um protocolo para formação em português de diplomatas sul-africanos do Ministério das Relações Internacionais e Cooperação.
A visita de Augusto Santos Silva à África do Sul começou na quinta-feira, com a chegada à Cidade do Cabo. No dia seguinte, o ministro visitou o Consulado-Geral de Portugal e o Departamento de Português da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, antes de se reunir, já em Pretória, com a sua homóloga sul-africana, terminando depois a deslocação com um encontro com a comunidade portuguesa na residência oficial do embaixador.
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