Instituto em projeto para reduzir erro de previsão da produção eólica
O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) integra um projeto europeu que visa desenvolver tecnologias para "reduzir o erro de previsão da produção eólica em 15%" e as emissões de dióxido de carbono.
© Getty Images
País Eólica
Em entrevista à agência Lusa, Ricardo Bessa, investigador do centro da Universidade do Porto, explicou hoje que o projeto, intitulado 'Smart4RES', surge da necessidade de "voltar a colocar a União Europeia (UE) na liderança da área dos sistemas de previsão da produção de energia renovável".
"Durante muitos anos, a UE foi líder e perdeu esse estatuto para os Estados Unidos da América por questões de investimento. Queremos voltar a estar naquilo que é a crista da onda tecnológica nesta área", frisou o investigador.
O projeto, iniciado em novembro e financiado pelo programa Horizonte 2020 em quatro milhões de euros, é composto por 12 instituições europeias, desde centros de investigação a empresas.
Com o objetivo de desenvolver "novas tecnologias", para melhorar o desempenho dos sistemas de previsão da produção de energia renovável, as entidades que integram o projeto vão recorrer "a imagens de satélite, câmaras que filmam o céu e o movimento das nuvens (em inglês 'skycamera') e a um mercado economicamente valorizador dos dados".
"O objetivo é combinar a informação recolhida pelos satélites e pelas câmaras com os dados que existem no setor, nomeadamente, sobre a produção dos parques eólicos ou das turbinas que até então são confidenciais e estão sob a alçada das empresas", referiu o investigador do Centro de Sistemas de Energia do INESC TEC.
Segundo Ricardo Bessa, a conjugação de todos estes dados vai permitir desenvolver tecnologias e serviços que auxiliem a "reduzir o erro de produção eólica em 15%".
"A melhoria do erro de previsão renovável tem um impacto naquilo que é a sustentabilidade do setor elétrico nacional, uma vez que leva a menor emissões de dióxido de carbono (CO2) e a uma gestão mais eficiente do sistema elétrico com fontes de energia renováveis, como é o caso português. O objetivo é reduzir o erro em 15%, prevendo qual será a produção eólica para o dia seguinte", frisou.
Numa fase mais avançada do projeto, as entidades preveem testar as tecnologias desenvolvidas em sete países europeus (Portugal, Grécia, Roménia, França, Alemanha e Holanda), para depois, estas serem exploradas comercialmente pelos parceiros industriais do projeto.
Além do INESC TEC, este projeto, que é coordenado pelo instituto de inovação e desenvolvimento francês ARMINES, integra também a EDP CNET (Centre for New Energy Technologies).
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