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Reedição da Geringonça? Trabalho com a Esquerda "veio para ficar"

Pedro Nuno Santos defendeu, em entrevista à SIC, que "o povo português está satisfeito" com o trabalho que tem vindo a ser feito pelo Governo.

Reedição da Geringonça? Trabalho com a Esquerda "veio para ficar"
Notícias ao Minuto

22:00 - 27/06/19 por Filipa Matias Pereira

Política Pedro Nuno Santos

O ministro das Infraestruturas e da Habitação e dirigente socialista, Pedro Nuno Santos, defendeu que o trabalho conjunto do PS com os parceiros à Esquerda "veio para ficar", porque "o povo português está satisfeito".

"Sou do PS desde que nasci e quero que o PS tenha o melhor resultado possível [nas eleições legislativas]", salientou Pedro Nuno Santos numa entrevista no Jornal da Noite da SIC, na qualidade de ministro das Infraestruturas, na qual se recusou a comentar as críticas de dirigentes socialistas, como o líder parlamentar, Carlos César, aos parceiros de Esquerda, designadamente ao BE.

Pedro Nuno Santos sustentou que, com o chamado Governo da Geringonça, "o país e a Esquerda tiveram uma vitória sem precedentes".

"E nunca mais vai ser igual a antes de 2015", antecipou o ministro do executivo de António Costa, ao apontar o que, em sua opinião, foram "vitórias muito importantes" para o país de uma governação do PS suportada pelo PCP, BE e PEV.

Apesar de considerar necessário "respeitar um ato eleitoral" que ainda não se realizou, Pedro Nuno Santos deixou a convicção de que "este trabalho conjunto veio para ficar".

"Estes quatro partidos souberam fazer o que nunca tinham conseguido (...). Para o sucesso desta governação contribuíram o PS, o PCP, o BE e o Partido Ecologista Os Verdes (...). A Esquerda, hoje, sabe trabalhar em conjunto e sabe produzir resultados", acrescentou, apontando depois que o país atingiu o equilíbrio das suas contas no respeito pelo povo português e dentro de um quadro de uma restrição orçamental". 

Já questionado em relação à polémica da TAP, o ministro tinha defendido anteriormente que a relação de confiança com a comissão executiva tinha saído fragilizada depois da atribuição de prémios. Pedro Nuno Santos crê que a confiança "não se recupera assim tão facilmente". E o tema está "encerrado" apenas na medida em que o Governo "foi confrontado em factos consumados. [Os prémios] foram distribuídos em maio e o Governo soube pela comunicação social. O Estado é o maior acionista da TAP e tem de ser respeitado".

Na sequência de uma resolução do Conselho de Ministros, foi anunciado esta quinta-feira uma plano de investimento de 45 milhões de euros para recuperar "material circulante encostado" e contratar 187 trabalhadores para CP e EMEF (Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário).

Relativamente ao tema, o socialista defendeu que a "CP e a EMEF estão a definhar há muitos anos. Apesar disso, temos conseguido estancar a queda de trabalhadores" e estes "45 milhões de euros servem propósitos diferentes".

Já questionado relativamente ao período temporal em que a decisão foi tomada e anunciada - a cerca de três meses das eleições legislativas -, Pedro Nuno Santos argumentou que "as medidas são sempre tomadas em algum momento. O que é relevante é que um governo que não pára de governar vá dando resposta aos problemas que vai dando respostas".

Conforme frisou o ministro, "há dezenas de comboios encostados por diferentes administrações" e o Governo sentiu, no último ano, "urgência em termos de aumento da capacidade da CP". Por outro lado, aumentaram também os pedidos de reforma. Com efeito, estes 45 milhões "são um adicional para uma estratégia que é recuperar o material que está encostado".

Foi definido um prazo de 18 meses, ao longo do qual, acrescentou, "se vai injetando na rede o material circulante encostado. Há uma segunda fase que prevê a modernização destas unidades e que vai até 2022. O objetivo no fim do plano é ter reunido e agregadas capacidades tecnológicas industriais nacionais para podermos desenvolver um comboio nacional".

Já em relação ao pagamento de 80 milhões à CP a título de indemnização compensatória, Pedro Nuno Santos defende que "há uma resolução que prevê que deve haver um contrato de serviço público até 80 milhões". Com efeito, "todos os anos, como a operação da CP é deficitária, o Estado faz transferências em forma de empréstimo ou de aumento de capital".

Na sequência também de uma resolução do Conselho de Ministros, definiu-se que o objetivo "a partir de agora é ter um contrato de serviço público estabelecido entre a CP e o Estado. Ficou claro que temos de fechar com o Ministério das Finanças um contrato de serviço público e vamos trabalhar nesse sentido", avançou.

Até agora, indicou o ministro com a pasta das Infraestruturas e da Habitação, "qualquer alteração de um funcionário que se reformasse carecia de autorização prévia das Finanças e isso causava constrangimentos. Neste momento, com a resolução do Conselho de Ministros, conseguimos a substituição sem necessidade de autorização por parte das Finanças".

Na entrevista, Pedro Nuno Santos reiterou ainda que o comboio de alta velocidade "não está em cima da mesa neste momento", aproveitando para defender que este não é um tema tabu para o Governo. "Não há tabus para este Governo", rematou. 

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