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Ex-ministro garante aos deputados que só leu memorando quando se demitiu

"Não tive conhecimento de nenhuma investigação paralela da Polícia Judiciária Militar (PJM)". A afirmação foi proferida, esta terça-feira, pelo ex-ministro Azeredo Lopes que está a ser ouvido no âmbito da comissão de inquérito ao furto do material militar em Tancos.

Ex-ministro garante aos deputados que só leu memorando quando se demitiu
Notícias ao Minuto

15:59 - 07/05/19 por Ana Lemos com Lusa

País Tancos

O ex-ministro da Defesa está a ser ouvido esta terça-feira na comissão de inquérito de Tancos. Azeredo Lopes é o último responsável a ser ouvido e a audição no Parlamento acontece depois de, durante esta manhã, por lá ter passado Francisco André, chefe de gabinete do primeiro-ministro.

Aos deputados, o ex-governante começou por reiterar que "nunca" admitiu "a hipótese de não ter havido um assalto em Tancos", apesar de, recorde-se, o ter afirmado numa entrevista em setembro de 2017, ainda não tinham sido encontradas as armas roubadas.

É "a 18 de outubro [de 2017 que] tomo conhecimento da recuperação do material de guerra que tinha sido furtado. A informação chegou pelo meu chefe de gabinete, Martins Pereira. O diretor da PJM [o coronel Luís Vieira] foi ao ministério e transmitiu essa informação. A minha sugestão foi que devia ser a PJM, a PJ ou o DCIAP a comunicar”, esclareceu Azeredo Lopes.

O ex-ministro negou, porém, ter conhecimento da operação paralela que estava a ser levada a cabo pela  PJM: "Não tive conhecimento de nenhuma investigação paralela da PJM".

Aos deputados, Azeredo Lopes admitiu que foi informado do "essencial" do "memorando" da PJM sobre a recuperação do material furtado em Tancos em 2017, mas esclareceu que só o leu a 12 de outubro passado.

Foi "informado do essencial" do documento no dia 20 de outubro do ano anterior pelo seu ex-chefe de gabinete, general Martins Pereira, dois dias depois da recuperação do material furtado pela PJM, e que registou que havia um "informador" que impunha determinadas condições para revelar o local onde estava o material furtado.

"O que me foi transmitido ou nesse dia ou no dia a seguir, era que havia um informador que não podia ser identificado, e que essencialmente o que se tinha pedido era que estivesse alguém na margem sul para receber um telefonema com indicação do local onde se encontravam as armas", relatou.

Questionado sobre se o ex-chefe de gabinete lhe enviou o memorando que recebeu da PJM a 20 de outubro de 2017, Azeredo Lopes respondeu que não tem "nenhuma memória de alguma vez ter visto fisicamente este documento".

"Li-o em momento posterior ou em momento simultâneo à minha demissão. Fiquei confortado, porque considero que o meu chefe de gabinete, no contexto em que recebe a informação, me transmite o essencial do que era importante que eu conhecesse", acrescentou.

Azeredo Lopes disse também que quando foi informado, através do general Martins Pereira, que o material tinha sido recuperado, "ficou muito satisfeito". O então diretor da PJM, coronel Luís Vieira, "vai ao ministério [da Defesa] e diz sucintamente que o material tinha sido recuperado na Chamusca e eu fico muito satisfeito", relatou.

Depois, a questão passou a ser saber "quem ia dizer o quê", disse, acrescentando que recusou "categoricamente" que fosse o Ministério da Defesa a divulgar a recuperação do material furtado.

Azeredo Lopes disse que na altura referiu que se o comunicado fosse feito pela PJM, não via "inconveniente" em que alguém do seu gabinete "visse isso" com o objetivo de assegurar uma correta comunicação.

"O comunicado não foi obviamente condicionado nem influenciado pelo Ministério da Defesa Nacional", disse o ex-ministro.

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