"Portugal e a classe política, afinal, não são assim tão deficientes"
O professor universitário João César das Neves recorre hoje, na habitual coluna de opinião que assina no Diário de Notícias (DN), a uma comparação com a situação que os Estados Unidos atravessam para concluir que Portugal e sua classe política “não são assim tão deficientes”. Além disso, acrescenta, referindo-se ao Orçamento do Estado para 2014, “é comum” nas sociedades “a tentação de sublinhar o negativo”.
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País César das Neves
“Nos Estados Unidos, o país mais rico e poderoso de sempre, o Estado paralisou devido a zangas parlamentares”, um “caso insólito” que na opinião de João César das Neves “exige reflexão”.
No artigo que hoje assina no DN, o professor universitário sustenta que “os Estados Unidos têm estes dramas patéticos porque vivem numa sociedade desenvolvida, plural e sofisticada”, o que nos permite concluir que “Portugal e a nossa classe política, afinal, não são assim tão deficientes”.
“Países ricos e poderosos, como os Estados Unidos ou [a] Itália, vivem situações mais anómalas e ridículas” mas “o nosso derrotismo deduz calamidades de cada obstáculo”, refere João César das Neves, sublinhando que “a verdade é que problemas grotescos todos têm e, apesar dos terríveis sofrimentos, os nossos até se vão resolvendo com alguma elevação e ligeireza”.
“Isso não nos deve descansar, mas também não nos pode desanimar. Mas perante a terrível pressão dos acontecimentos e com forte discussões e conflitos”, o País avança “sem violência, motins ou [uma] derrocada institucional, que destroem outras paragens”, pelo que “dada a indiscutível gravidade das crises, isso tem de ser muito positivo,” salienta o professor.
Neste sentido, prossegue João César das Neves, “por cá as altercações à volta do Orçamento [do Estado para 2014] estão eivadas de igual tacanhez. Muitos acusam levianamente o Governo de maldade ou incompetência, enquanto alguns governantes consideram subversão e terrorismo as críticas compreensíveis.”
“É comum a tentação de sublinhar o negativo, assumir medos e ameaças, promover discórdias e confrontos”, explica o professor universitário no artigo que hoje assina no DN.
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