Portugal e China têm uma "história comum" marcada pela proximidade
O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, recordou hoje que Portugal e a China têm uma "história comum", marcada por relações de "proximidade" que tem beneficiado ambos os países ao longo de 500 anos.
© Global Imagens
País Augusto Santos Silva
A República Popular da China foi proclamada em 1949, mas Portugal precisou de um interregno de 30 anos e uma revolução de cravos para reconhecer e estabelecer relações diplomáticas com o país comunista, o que só veio a acontecer a 8 de fevereiro de 1979.
Para Augusto Santos Silva, este afastamento de quatro décadas foi apenas um "momento" na longa ligação de cinco séculos entre Portugal e a China, marcada pela ausência de conflitos e da qual amos os países "têm retirado benefícios".
"As relações políticas e diplomáticas pautaram-se sempre pela normalidade e até pela proximidade", sublinhou o chefe da diplomacia, destacando que Portugal e China foram "atores importantes no que conduziu ao fim da guerra fria" e à formação de "uma nova consciência e uma nova etapa da concertação multilateral".
A própria transição de Macau, quem em 1999, deixou de ser um território sob administração portuguesa tornando-se a segunda região administrativa especial da China, depois de Hong Kong é "estudado como um caso de modelo positivo", acrescentou.
O governante salientou que a transição perdura, 20 anos depois, "sem nenhum conflito, nem nenhum equívoco", e que as garantias obtidas por Portugal aquando na negociação têm sido cumpridas.
Para Santos Silva, o processo de transferência, ajudou até a impulsionar as relações culturais e económicas porque os chineses entenderam "muito rapidamente" que Macau podia ser uma excelente plataforma de intercâmbio entre a própria China, Portugal e os países de língua portuguesa, em particular os africanos.
"Isso foi tornando Macau um 'pivot' importante neste relacionamento trilateral", o que teve consequências na expansão da língua portuguesa, a nível da atração de jovens quadros qualificados para o ensino da língua portuguesa e aumento do número de universidades onde se ensina o português.
RCR // PJA
Lusa/fim
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