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Rui Horta ganhou prémio Gulbenkian e discursou contra petróleo no Algarve
O coreógrafo Rui Horta aproveitou hoje o discurso de aceitação do Prémio Gulbenkian Conhecimento para, perante o Presidente da República, apelar a uma reflexão nacional que impeça a prospeção de hidrocarbonetos no Algarve.
© Reuters
País Coreógrafos
"Espero que haja uma reflexão institucional no nosso Governo e, senhor Presidente, na Nação. Que se inspire na Fundação Gulbenkian, que se inspire nos espanhóis, que na semana passada decidiram fechar todas as explorações petrolíferas, que nos inspiremos e que este furo não exista", defendeu Rui Horta.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ouviu e aplaudiu o discurso de aceitação do prémio por Rui Horta, tendo-se depois escusado a comentar uma exploração petrolífera no Algarve, alegando que o Governo "está a reponderar essa matéria".
"Estando o Governo a reponderar e indo tomar uma decisão ainda no decurso deste ano, não queria antecipar-me ao poder executivo. Não queria ser acusado de estar a pressionar ou a condicionar o Governo, numa questão em que ele está bastante avançado na ponderação", afirmou o Presidente aos jornalistas, após a cerimónia.
Numa intervenção muito aplaudida, no grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, Rui Horta referiu que "em setembro tudo indica que irá haver uma exploração petrolífera, a primeira em solo oceânico, à frente de um extraordinário sítio que é Aljezur".
"Não nos podemos conformar", apelou o diretor da Associação Cultural O Espaço do Tempo, de Montemo-o-Novo.
Rui Horta introduziu o tema referindo-se a Marcelo Rebelo de Sousa: "O nosso Presidente, uma pessoa de quem muito me orgulho, que tem sido um excelente Presidente, que raramente se engana, está prestes a enganar-se, espero que não se engane, num assunto: há dois anos disse-nos que seria mais fácil irmos à lua do que encontrar petróleo no Algarve".
O Prémio Gulbenkian Conhecimento foi hoje atribuído a Rui Horta, diretor artístico da Associação Cultural O Espaço do Tempo, pelo trabalho desenvolvido no centro multidisciplinar de residência e experimentação artística de Montemor-o-Novo.
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