National Geographic reconhece "cobertura racista" durante várias décadas
Edição de abril da revista norte-americana assinala os 50 anos do assassinato de Martin Luther King Jr. e pretende questionar a questão racial. Em editoral, a editora da National Geographic admite que, ao longo dos anos, a revista perpetuou "todo o tipo de cliché" sobre vários grupos étnicos.
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Mundo Revista
A revista norte-americana National Geographic admitiu que durante várias décadas contribuiu para o racismo. “A nossa cobertura foi racista. Para enfrentarmos o nosso passado, temos de o conhecer” é o título do editoral da edição de abril.
Nesse texto, assinado pela editora Susan Goldberg, a National Geographic reconhece que sempre privilegiou brancos norte-americanos, apresentando grupos diferentes como exóticos ou selvagens, propaganda “todo o tipo de cliché”.
Para fazer este exercício de introspeção, a revista pediu a um investigador da Universidade da Virginia para analisar as edições da revista no que diz respeito à cobertura dada aos diversos grupos étnicos.
“O que [John Edwin] Mason descobriu, em suma, foi que até 1970 a National Geopgraphic ignorou pessoas de cor a viver nos Estados Unidos, raramente as reconhecendo para além de trabalhadores ou funcionários domésticos. Entretanto, descrevia os ‘nativos’ de outros lugares como exóticos, frequentemente sem roupas, caçadores felizes e nobres selvagens, todo o tipo de cliché”, escreveu Susan Goldberg.
O investigador referiu ainda que as representações dos “nativos” criavam uma ideia de “nós contra eles” e de “civilizados contra não civilizados”.
Our April issue is devoted to exploring race—how it defines, separates and unites us. Read the story behind the cover: https://t.co/PPTVg3UpM8 pic.twitter.com/5kunxfDrHt
— National Geographic (@NatGeo) March 12, 2018
A edição de abril da revista marca os 50 anos do assassinato de Martin Luther King Jr. e é dedicada à questão racial, uma oportunidade para “confrontar o uso do racismo como estratégia política”.
“O dia 4 de abril marca o 50.º aniversário do assassinato de Marthin Luther King. É um momento em que vale a pena dar um passo atrás, para percebermos onde estamos na questão racial”, afirmou Susan Goldberg.
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